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O desconhecido conhecido

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Muitos investidores continuam preocupado com as maluquices do Presidente Trump. Com uma agenda indefinida com a China é natural se questionar qual seria o impacto nos ativos caso seja implementada as elevações de tarifas. Mas será que o mercado está encarando dessa forma? Um estudo realizado pela Gavekal sugere que a cada nova medida tomada tem seu impacto reduzido. Depois que os EUA impuseram sua primeira grande rodada de tarifas sobre bens chineses em setembro, o SP 500 caiu 20%. Após a entrada a segunda rodada em maio de 2019, o SP 500 caiu 6,8%. E desde 1º de agosto, quando Trump anunciou a terceira rodada, o SP 500 declinou 6,1%. Em suma, parece que a cada escalada sucessiva no comércio EUA-China. a guerra está tendo um impacto menor no mercado de ações dos EUA. E como o gráfico mostra a seguir, isso se aplica não apenas ao mercado acionário, mas também ao índice VIX, uma proxy para medir a volatilidade das ações, e na dispersão dos setores no SP 500. Dado que e

É para comprar ou para vender?

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Neste final de semana, eu estava passeando com minha cachorra, e encontrei um amigo que é leitor do Mosca com seu filho. Depois de alguns elogios a minha Golden, um cachorro incrível, seu filho me perguntou: - Você acha que vai ter recessão? Com essa pergunta supôs que seu filho também acompanha o blog. Disse que essa resposta valia milhares, milhões ou bilhões dependo do cacife de cada um. Aproveite para citar o post da última sexta-feira, e didaticamente, expus os conceitos do PMI e curva invertida. Depois de terminar, notei que provavelmente estava falando grego, afinal o assunto é muito específico. Lembrei de um momento em que eu vive nos anos 80, quando era responsável pela tesouraria do Banco Frances e Brasileiro. Naquela época era comum dois jovens se juntarem e fundar uma corretora, eram a startup daquele momento. Certa vez, uma delas, cujos sócios eram bastante distintos em formação, um deles foi convidado para fazer parte da equipe do banco central. O ou

Ao invés de cara ou coroa

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Hoje o assunto é sobre a probabilidade de ocorrer uma recessão nos EUA. Esses eventos ocorrem de tempos e tempos e na maioria das vezes, no passado, existiram 3 fatores que ocasionaram a recessão: juros elevados, choque de petróleo ou uma crise de crédito. Nenhum desses três aparece nesse momento. É sabido que não existe nenhum modelo que permite antever uma recessão, nem mesmo os economistas são bons nesse quesito. Normalmente quem acerta é mais por sorte do que por qualquer outro motivo, pois esse passa a ser seu único acerto, ou seja, as outras recessões são prognosticadas por outros profissionais. Por que o mercado está tão preocupado? Existem alguns indicadores que se mostraram correlatos em outras recessões e estão aparecendo agora. O mais acurado acontece quando o diferencial de juros entre os títulos de 10 anos versus o de 2 anos se tornam negativos, o que o mercado denomina de curva invertida. Como investidor, essa questão é de extrema importância. É precisam

Onde os narcisistas falham

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Dar muito poder a quem não avalia corretamente os riscos é um perigo. O grande assedio ao poder, normalmente levam a esses cargos pessoas com qualidades nem sempre benignas cujo discurso não é o que realmente tencionam. Coisas da psicologia humana. Já mencionei diversas vezes o perigo que Donald Trump representa para os EUA e para o resto do mundo. Um empresário malsucedido em sua vida profissional, cuja riqueza foi obtida através da assunção de riscos enormes que, quando deram errado, passou seu prejuízo para os bancos, e não foram poucos, quebrou 4 vezes! Mas é inegável seu poder de persuasão pois conseguiu credito mesmo depois desses eventos. Como presidente da maior economia do mundo, acredita que pode usar estratégias semelhantes, a de intimidar quem considera que atrapalha seus objetivos e crenças. Como mote de campanha disse que iria trazer de volta as fábricas para seu país, imaginado que ganharia suporte de eleitores que sofreram com a globalização. Para atingir

Eu não avisei!

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Enquanto os mercados financeiros encontram-se numa moda frenética de apostar qual será o próximo pais cujos bonds ficarão com taxas negativas, oriundo do receio cada vez mais forte, que uma recessão está nas cartas, os resultados ainda não indicam esse temor da forma mais realista. Depois que a Europa e o Japão, estes sim, com graves problemas em suas economias, têm a maior parte de seus títulos com juros negativos, parece que os investidores escolheram os EUA com a nova presa. Não quero dizer que isso não poderá acontecer, mas o posicionamento do mercado está cegamente voltado neste sentido, o que poderá colocar o Fed numa situação desconfortável. O mandato do Fed se resume a duas variáveis: emprego e inflação, a atividade econômica é secundária. Naturalmente, outras variáveis podem influenciar o futuro desses dois indicadores, e hoje em dia com a globalização, o que acontece no exterior pode impactar. Mas no final do dia é sobre os dois que será avaliada a sua perf

Ruim com pior sem

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Ontem foi um dia terrível para os argentinos. Com uma larga vantagem na votação primaria, Alberto Fernandez junto com Cristina Kirchner, sua sombra, abriram uma vantagem de mais de 15% de seu oponente, o atual presidente da Argentina, Mauricio Macri. Segundo os especialistas, e nem é necessário ser um expert em eleições, Fernandez já pode ser considerado o novo presidente da Argentina. A razão é muito simples, com 47% dos votos a reversão só poderia acontecer caso uma boa parcela de seus votantes mudasse o voto. A reação do mercado financeiro, trouxe a valor presente os resultados, nos ativos financeiros argentinos com essa nova dupla no comando. O peso caiu expressivos 15% depois de sucessivas quedas que ocorreram nos últimos anos. É conhecida a cultura dos Hermanos em manter suas poupanças na moeda americana. Isso é fruto de governos desastrosos que passaram por aquele país. É surpreendente como uma população instruída é levada por discursos fantasiosos prometendo

Substituição de um porto seguro

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Quando o bitcoin não existia, a dupla de área, ouro e prata, eram consideradas os ativos que protegiam em momentos agitados. A preferência caia sobre a primeira por uma caraterística. Para armazenar a prata é necessário muito mais espaço. Num passado longínquo, o ouro era um ativo muito popular, pela facilidade de transporte num momento de guerra ou perseguição que acometia um povo. Ou seja, o metal dourado tem tradição milenar. Eu venho frisando que, nesse movimento de alta do ouro, a prata não vem acompanhando a relação entre eles. Agora, se encontra nos níveis mais elevados de sua história conforme se pode verificar a seguir.   Essa relação normalmente funcionava da seguinte forma: em períodos que existia demanda por segurança, a relação era mais baixa, pois a prata tinha uma valorização bem superior ao do ouro; e vice-versa, quando o período era calmo, a prata caia mais. Resumindo: a prata acompanhava o movimento do ouro de forma alavancada. Porém atualmente