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Sinais de desorganização nos mercados financeiros

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Parece que no curto prazo o cenário não deverá ter muitas mudanças, com o número de infecções crescendo ao redor do mundo, juntamente com novas mortes, o medo deve prevalecer. Os bancos centrais buscam agir com rapidez bem como os governos lançando pacotes de ajudas como a do Presidente Trump, que anunciou ontem uma injeção de U$ 1,2 trilhão, equivalente a 6% do PIB, não é pouca coisa. Acontece que ninguém consegue saber como será o dia d+1 depois que o contágio do vírus for eliminado. Cada vez que penso neste assunto vejo problemas que podem acontecer. Por exemplo, a globalização permitiu que as empresas grandes alocassem sua produção ou serviço no local que fosse mais atrativo. A indústria automobilística é um caso desse tipo, onde peças são produzidas em vários países e a montagem em outros. Tudo funcionava bem, com sistema Just in time agregado a inteligência artificial, não havia falta de peças. Agora pensem que o mundo está em defasagem, a China aparentemente já passou

Disputa entre gerações

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Um artigo publicado pelo Wall Street Journal me deixou preocupado e pensativo com o choque entre gerações criado pelo Covid -19. O assunto é sobre a reação dos jovens em relação a seu enfrentamento do surto. Eu pensava que a atitude de menosprezar a gravidade era mais ligada aos jovens brasileiros, embora o presidente também não ajudou em nada ao participar das manifestações no último dia 15. Cientistas e funcionários que lutam contra a epidemia de coronavírus dizem ter um problema: jovens despreocupados. Quando as autoridades se mudaram para restringir as reuniões sociais na semana passada, bares e restaurantes de Nova York a Berlim se encheram de foliões, “festas de bloqueio” ilegais surgiram na França e na Bélgica, e os campus nos EUA se iluminaram para festas “ fim do mundo” nos dormitórios. Até agora, a maioria dos pacientes jovens do Covid-19 apresentou sintomas leves ou inexistentes do vírus, enquanto os casos mais graves estão concentrados entre aqueles com 50 an

Uma nova realidade na globalização

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Vou fazer alguns comentários sobre o Convid -19 pois imagino que todos os leitores viraram especialistas em infectologia. Eu não sei vocês, mas tenho a impressão de que estou me preparando para uma guerra onde não sei estar meu inimigo. Vejam a velocidade como as coisas têm caminhado, basta pensar uma semana atrás, parece que faz um século. É está a sensação quando a volatilidade aumenta, e aqui não quero dizer do mercado, mas da evolução desse surto. Um dia parece uma semana. Vou dizer o que resolvi fazer de forma ampla. Meu objetivo é minimizar o risco de contágio, bem como, aumentar minha capacidade de imunização. Esses objetivos podem ser conflitantes em alguns pontos, por exemplo, em relação a academia. Eu faço aulas se spinning com uma frequência bastante elevada, 5 vezes por semana. Consultando alguns artigos sobre esse assunto cheguei a seguinte decisão: vou frequentar desde que a aula tenha poucas pessoas e com uma superlimpeza na bike. Provavelmente, não irei no fin

We are closed

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Esse foi a legenda de um analista financeiro que acompanho, elencando o número de locais que estarão fechados a partir de agora em Nova York. Curiosamente a área financeira consegue trabalhar de forma bastante razoável a distância. Uma razão é que os bancos têm rotinas de emergência já estabelecidas. Se está tudo fechando por que não fechar a bolsa? Esse é um assunto que está sendo conversado entre os analistas. Essa decisão não é nada trivial, porém eu já passei situações na minha vida profissional onde isso acabou acontecendo. Vou fazer um breve relato. Em 1989 o mega investidor Nagi Nahas fez posições no mercado de ações enormes de forma alavancada. Nesse ano eu retornava ao Banco Francês e Brasileiro com a responsabilidade da tesouraria e da corretora de valores. Como ele era um investidor com muito carisma convencia os mais desavisados que suas operações não tinham risco. Imediatamente pedi para verificar se existia algum risco na minha área, e notei uma operação

Caixa, só caixa!

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Eu tenho visto a maioria das empresas financeiras de investimento informando a seus clientes que tomaram medidas para proteger suas carteiras. Os ativos escolhidos foram: opções de venda do Ibovespa, dólar e ouro. Fico surpreso como pessoas inteligentes podem acreditar que esses ativos fornecem algum tipo de hedge, com exceção das opções de venda do Ibovespa. Tanto o ouro como o dólar são totalmente desvinculados da bolsa, sendo o primeiro muito pior que o segundo. É verdade que o dólar se desvalorizou nesses últimos dias por conta da crise que o mundo vive, mas para mim essa operação aumenta o risco da careteira e não diminui, além da magnitude ser completamente diferente da queda nas bolsas. Já em relação ao ouro estão juntando banana com laranja, e possível que perca nos dois. Em situações de pânico a única defesa se chama CAIXA, o resto é paliativo com possibilidade de efeito contrário, podendo gerar mais perdas. Outro ponto que notei nas últimas 24 horas, é que c

A volta dos helicópteros

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Os bancos centrais ao redor do mundo, pouco a pouco, estão baixando os juros para enfrentar o subproduto do coronavírus, que se resume no colapso da economia. Todos nós esperamos que seja temporário, porém os efeitos de medo causados, poderão afetar por um prazo mais longo. Acredito que nenhum presidente de banco central acredita que baixando os juros, vai fazer as pessoas sair consumindo que nem louco, na melhor das hipóteses ameniza a vida dos devedores. Será necessário fazer mais, e nessa área os governos terão que imprimir política fiscal expansionista. Os países desenvolvidos não estão numa situação confortável para tanto, desde a recessão de 2008, as economias desenvolvidas não cresceram o suficiente para que os déficits fossem reduzidos, e na melhor das hipóteses não cresceram. Só existem duas exceções no quesito crescimento: EUA e China, o resto foi tudo “pibinho”. Mas não vai ter jeito, acredito que todos terão que dobrar a aposta agora. A presidente do Banco

Cara ou coroa?

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O coronavírus parece estar seguindo um padrão ao redor do mundo, onde seu ciclo parece durar de 20 a 40 dias, naturalmente dependendo das medidas que cada país toma para combater. O gráfico a seguir compara o surto desde seu aparecimento até quando foi controlado (ainda só na China), e a Coreia do Sul praticamente em fase terminal. Uma projeção feita pelo Deutsche Bank sobre o número de casos, apontam na mesma direção. Segundo seu modelo, dentro de uma semana a “segunda derivada” – termo usado em matemática para indicar que na margem um evento começa a diminuir, está fazendo com que a curva do total de casos confirmados, se estabilize. Mas ainda existem alguns países que o processo nem entraram nessa fase, ou os governos estão ocultando os dados. Uma ideia seria tratar a evolução do vírus nos diversos países por ondas: Onda 0 – Wuhan/Hubei (11/58.5 milhões de pessoas) Onda 1 – Resto da China (1.375 milhões de pessoas) Onda 2 – Itália, Coreia do Sul, Iran