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O Fed virou torcedor? #usdbrl

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  Jay Powell, é como a mídia se dirige ao presidente do Fed, se eu pudesse adivinhar algum de seus desejos, seguramente tenho um bom candidato: a de que a inflação americana caia sem gerar inflação. Acredito que toda noite, além do ritual de de uma reza normal ele é incluído. Ele sabe bem que se encontra em situação delicada, cuja estatística não está a seu favor, restando assim rezar. Sua convivência de longa data com os mercados financeiros, sabe como se sente ao estar posicionado contra. Nessas situações pequenas melhoras aliviam o mal-estar. Agora é fundamental que não vire um torcedor, acreditando que estava certo e o mercado errado. Os prejuízos podem ser maiores no futuro. Os dados de inflação foram positivos na última publicação, mas será que é suficiente para afrouxar a política monetária? Mohamed El Erian acha muito cedo e relata suas ideias em artigo na Bloomberg. ‎Nos últimos 18 meses, a interpretação rápida e fácil dos dados de inflação mostrou-se incorreta. Será dif

Comprar ou vender? #nasdaq100

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  Assim como a bolsa brasileira, as bolsas americanas subiram consideravelmente desde as mínimas e chegaram a um ponto onde será necessário definir se ocorreu o que se chama de Bear market rally – uma alta num mercado de baixa – ou se uma nova tendencia de alta está surgindo. Com uma alta de 16% no SP500 e 22% no Nasdaq100, desde as máximas, ambos estão praticamente no meio do caminho entre esses dois extremos. Durante esta alta, eu publiquei diversos indicadores que revelavam um extremo pessimismo, mas a definição se o mercado vai voltar a cair ou não é fundamental para os investidores se posicionarem. Um artigo de Robert Burgess na Bloomberg aponta os motivos que sugerem que as quedas terminaram. Assim como nos velhos tempos. É assim que deve parecer, com o índice S&P 500 subindo desde meados de junho e pronto para seu quarto ganho semanal consecutivo, sua sequência de vitórias mais longa do ano. Aqueles que questionam a durabilidade desse rali, dada a desaceleração da econom

Guarde a Champagne #ouro #gold

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  Ontem o mercado comemorou os dados de inflação mais baixos que o esperado. Embora o resultado tenha sido fortemente influenciado pela queda do preço do petróleo e o seu impacto na gasolina, seria prematuro abrir a champanhe. Para que o leitor possa entender os motivos dessa cautela — que os membros do Fed irão provavelmente levar em conta —, há um artigo de John Authers na Bloomberg. ‎ É uma mudança agradável. O número da inflação dos EUA para julho foi 8,5%, abaixo dos 9,1% registrados em junho e também menor do que praticamente todos os analistas previam. Foi finalmente interrompida uma sucessão de números surpreendentemente fortes, com os preços que continuavam a subir e as pressões da inflação que se ampliavam. É razoável pensar que o pico da inflação ampla — incluindo alimentos e combustíveis e tudo mais — ficou para trás.‎ ‎No entanto, mesmo que o pico tenha passado, a questão da queda agora nos confronta. E será difícil. Embora inegavelmente positivo, este relatório do índ

This Time is Different #Ibovespa

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  Eu tinha um chefe francês no BFB que era muito mais bem-preparado que a maior parte dos expatriados; entendia profundamente de contabilidade e isso lhe dava vantagem na apresentação de seus resultados. Diferentemente do que se poderia pensar, ele sempre “guardava” lucro ao invés de fabricá-lo. Quando assumi a tesouraria do grupo, não tinha ideia de como as coisas funcionavam, tive que aprender tudo sozinho pois ele não me deu moleza. Na primeira reunião de diretoria de que participei, fiquei impressionado como suas projeções batiam praticamente na vírgula. Perguntei a um colega, que era o responsável pela Leasing, como eram feitas as projeções, e ele me confidenciou que o orçamento era feito com base no lucro que queria apresentar aos superiores, escondendo resultados por todas as rubricas; desta forma, com o resultado real, fazia os ajustes necessários para bater com a previsão. Lógico, eram outros tempos e os controles eram mais rudimentares, mas o resultado final não era o real,

Você acredita em conto de Fadas?

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  Esse é o título de um artigo de Anatole Kalestky, da Gavekal, no site Project Syndicate. Vale lembrar que o articulista, durante décadas, sempre teve uma visão construtiva sobre a economia e o mercado de ações e mais recentemente mudou radicalmente de opinião. Você acredita em conto de fadas? Se sim, você provavelmente poderia ganhar um bom dinheiro hoje em dia como trader financeiro ou ganhar poder e prestígio como banqueiro central. Enquanto a inflação anual nos Estados Unidos, na zona do euro e nos Estados Unidos e na Inglaterra disparou para máximas de 40 anos e provavelmente atingirá dois dígitos após o verão, os mercados financeiros e os bancos centrais parecem confiantes de que a guerra contra a alta dos preços terminará no Natal e que as taxas de juros começarão a cair próxima primavera. Se isso acontecer, a economia mundial em breve retornará à situação financeira de condições perfeitas de Cachinhos Dourados, conto de fadas que encantou investidores na última década: nem m

Riscos da concentração #usdbrl

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  A boa prática de um negócio orienta a não depender de um único fornecedor – ou praticamente isso. Esse tipo de situação leva aquele que detém o monopólio a ditar a regra. Num mercado perfeito, se os preços sobem muito, surge nova concorrência, mas essa situação nem sempre é possível se o produto em questão demanda alta tecnologia ou competência na fabricação, e esse é o caso no mercado de chips, onde a empresa taiwanesa TSMC é praticamente a fornecedora mundial, detendo o maior market share do mercado global de semicondutores. Ao observar essa ilustração e considerando que estamos na Revolução Digital, entendemos melhor a importância de Taiwan. Não é no pedacinho de terra que a China está interessada, embora mesmo nesse quesito se encontre numa posição incômoda caso alguém um dia queira invadir a China. Do ponto de vista da fabricação, não se tem dúvidas da importância de Taiwan, e em relação aos clientes a TSMC escolheu os EUA como seu principal. Como relata Tim Culpan na Bloombe