Convivendo com o medo #usdbrl
As
notícias sobre a Omicron, nova variante do vírus, ainda não revelam o grau de
importância que devemos dar a esse fato. A única coisa que parece lógica é que
para quem não foi vacinado os riscos são elevados — como era, mesmo que a
Omicron não existisse.
Os
mercados acordam um pouco melhores hoje, mas me parece que iremos atravessar um
período mais volátil, até que se tenha melhor ideia da extensão.
Parecia
lógico que situações como essa iriam ocorrer — afinal, sabemos que os vírus se
transformam buscando sobreviver e que os locais mais propensos a mutações são
os países com baixo índice de vacinação. A ilustração a seguir projeta o número
de meses para a imunidade de rebanho, levando-se em consideração a velocidade
de vacinação da população. Esse resultado só tem valor se vacinas adicionais
não forem necessárias.
Com tudo isso, o medo ainda faz parte da atitude das pessoas. Sobre esse assunto, Ben Carlson em seu site A Weath Of Common Sense traz um paralelo com uma situação durante a segunda Guerra Mundial.
O
S&P 500 caiu 2,3% na sexta-feira.
Foi
a primeira vez que o mercado caiu 2% em um dia desde o final de setembro. Antes
disso, a última vez que tivemos um dia de baixa de 2% foi em meados de maio.
Mas
este parecia diferente.
Na
maioria das vezes, o mercado de ações é mais ou menos aleatório,
especialmente no dia a dia. Os investidores frequentemente inventam histórias
para justificar a movimentação do mercado para cima ou para baixo, mas esse
movimento para baixo foi claramente causado pelo surgimento de uma nova
variante de Covid.
Ninguém
sabe ainda se essa variante terá um impacto duradouro ou não.
Odeio
admitir, mas meu tolo cérebro financeiro não
ficou nervoso com isso até ver o mercado de ações
reagir negativamente. O mercado de ações tem um histórico
decente durante toda essa provação.
Talvez
seja porque foi no dia seguinte a um feriado, mas ver as ações se derreter com
notícias pandêmicas causou alguns flashbacks.
Mesmo
que fosse preciso o mercado de ações para chamar minha atenção
sobre isso, eu não estou realmente preocupado com as ações
nesta situação. Mesmo que tenhamos uma queda dos níveis atuais, as ações
ficarão bem eventualmente.
Estou
mais preocupado com o efeito psicológico de uma pandemia por quase dois anos.
Minha
primeira emoção ao saber esta nova cepa foi aborrecimento
mais do que qualquer outra coisa.
Nos
primeiros dias de março de 2020, senti alguma combinação
de medo, ansiedade e incerteza implacável.
Quando
se falava de uma vacina, esses medos se transformaram em esperança. Quando a
vacina chegou, houve um grande suspiro de alívio.
As
coisas pareciam que voltaram ao normal por um tempo. Então
um monte de gente decidiu não tomar a vacina. E a variante Delta bateu.
Meu
estado natal de Michigan parece que está sempre atrás resto do país em termos de
casos. Tivemos três grandes ondas que ocorreram depois de grandes surtos no sul
ou no nordeste.
Atualmente
temos mais casos do que qualquer outro estado do país:
Nosso hospital local agora tem mais pacientes com Covid do que nunca. As coisas ficaram tão ruins que os funcionários do hospital tiveram que pedir auxílio ao governo federal para fornecer médicos e enfermeiros adicionais para ajudar com o aumento.
Ouvi
histórias de amigos e familiares de pessoas
sendo afastados da UTI por outros problemas de saúde porque não
têm
camas suficientes.
É uma sensação bizarra, mas neste
momento a maioria das pessoas está indiferente a essas coisas.
Se
não
está afetando as pessoas em um nível
pessoal, é fácil ignorar o problema. Se você
não
tem o vírus, você provavelmente se sente
invencível neste momento.
Na
década
de 1940, o psicólogo John Thompson MacCurdy publicou um
livro intitulado
The
Structure of Morale ,
que tratava
do efeito psicológico da campanha de bombardeio da Alemanha sobre cidadãos
londrinos no início da Segunda Guerra Mundial.
Os
alemães supunham que um contínuo bombardeio em
Londres acabaria por quebrar a vontade do povo. Em vez disso, muitas pessoas se
acostumaram com ele.
MacCurdy
explicou:
Quantas
pessoas neste país podem dizer que não
têm nem mais nem menos
medo de bombas do que tinham antes do Blitz começar? No entanto, uma bomba é,
potencialmente, tão perigosa como sempre foi. Sabemos disso — sempre soubemos —
mas com a experiência nosso medo sobe ou desce. Durante a última guerra,
praticamente todos os soldados ficavam assustados na primeira vez que eram
expostos ao bombardeio, mas a grande maioria se acostumou muito rapidamente.
Eles não deixaram de considerar os projéteis como objetos letais, eles
simplesmente deixaram de se assustar com eles.
As
pessoas que foram mortas tornaram-se estatísticas. Aqueles que sobreviveram ou não
chegaram perto da destruição eventualmente se acostumaram com isso.
Como
você se sente sobre a pandemia tem muito a ver
com sua experiência pessoal com o vírus.
Certo
ou errado, pegar
Covid e vê-lo dilacerar minha
família mudou a maneira como eu pessoalmente
vejo isso.
Não
foi divertido viver essa situação. Eu basicamente tive a pior gripe da minha
vida por duas semanas e efeitos colaterais persistentes por muitas semanas
depois que o pior passou. Eu ainda tinha falta de ar dois meses depois de
contrair o vírus, a ponto de meu médico prescrever um inalador.
No
entanto, além da doença em si, o maior
sentimento que tive depois de ficar saudável foi uma sensação de alívio.
Minha
experiência de pegar Covid depois de ser vacinado
e ser relativamente cuidadoso durante toda a pandemia me levou à
conclusão de que basicamente todos nós
vamos pegar o vírus em algum momento.
Talvez
eu esteja errado, mas essa foi a minha conclusão.
Eu
não
tenho ideia do que esta última variante significa para o mercado de
ações
ou a economia ou a pandemia. Às vezes, o melhor curso de ação
é
esperar e ver e dizer "Eu não sei".
É deprimente que ainda estejamos lidando com
uma alta contagem de casos de Covid quase dois anos depois que mudou nossas
vidas.
A
pandemia mudou o mundo de várias maneiras. Além
das mudanças econômicas, de mercado, de saúde
e do trabalho, estou interessado em qual será o impacto duradouro em
nossa saúde mental coletiva.
Toda
geração tem lidado com problemas e contratempos.
A
boa notícia é que nós, como povo, temos a capacidade de
perseverar e seguir em frente.
A ideia colocada pelo psicólogo John Thompson é
plenamente aplicável nessa pandemia. Quem pegou ou teve familiares próximos que
pegaram — e dependendo da gravidade — sente mais receio; quem não pegou simplesmente
deixou de se assustar. Notem nas ruas, restaurantes e shoppings como é a
atitude das pessoas, é como se nada tivesse acontecido.
As estatísticas globais apontam para identificação
em 4% da população global —esse número deve estar subestimado pois nem todos,
nem todos os lugares é feito os testes— enquanto o número de mortes não chega a
0,10%. Assim, a grande maioria das pessoas não deve estar preocupada.
No post sem munição, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” Em alguns momentos no mercado, o ideal é manter o rumo, e parece ser esse o caso do dólar. Imaginem se algum investidor tivesse a ideia de “operar” essa alta mantendo stop loss curtos? Seguramente teria perdido dinheiro, embora estivesse com a visão correta” ...
Eu tinha dois cenários há poucas semanas em que um deles contemplava a possibilidade de o dólar estar num movimento de queda. Este cenário não está descartado, mas cada vez parece mais difícil. Do ponto de vista técnico, somente após a cotação ultrapassar R$ 5,8785 poderia ser totalmente descartado.
Por
outro lado, o cenário que venho adotando desde junho parece ser o mais provável,
o que se denomina de ending diagonal – figura abaixo.
Notem no gráfico a seguir como existe semelhança entre eles. Agora, fazendo o jogo dos 7 erros, o leitor pode identificar a necessidade de ultrapassar o patamar identificado como CONFIRMAÇÃO. Como especialistas que estão se tornando em EW, sabem que são necessárias 5 ondas, e isso só irá ocorrer acima desse nível.
Uma característica importante da configuração de ending diagonal é o fato de que, depois de terminada, ocorre uma queda, que no caso do dólar deveria levar as cotações ao redor de R$ 5,00. A personalidade dessa onda indica um “cansaço” de movimento, e quando ocorre a reversão tende a ser forte.
Resumindo:
Como a onda 5 é perigosa, pode terminar antes do projetado, e quando é de
formato ending diagonal, muito cuidado —fique preparado para uma
reversão forte quando ocorrer.
Analista adora inventar relações e gráficos, que na maioria das vezes sustentam suas ideias. Não estou criticando, somente constatando. A mais recente tem a ver com a política monetária dos países emergentes. O gráfico a seguir aponta para os países que estão Behind the Curve e Ahead of the curve. Para chegar a essa conclusão, cruzou informações de mudança na inflação core em 3 meses comparado ao aumento de juros em 2021. Estamos liderando no Ahead of the curve, embora também liderando na alta da inflação.
Um outro enfoque foi dado às cotações do câmbio. Nesse caso, o analista levou em consideração a variação do câmbio desde janeiro de 2020 contra o aumento de juros em 2021. Novamente ficamos Ahead of the curve.
Acho que o interesse desse analista não era mostrar que o Brasil está bem, mas sim que a Turquia está fazendo uma barbaridade em termos de política monetária e pagando o preço no câmbio.
O
Sp500 fechou a 4.658, com alta de 1,38%; o USDBRL a R$ 5,6062, sem variação; o
EURUSD a € 1,2779, com queda de 0,34%; e o ouro a U$
1.783, com queda de 0,48%.
Fique
ligado!
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