A enésima onda #nasdaq100

 


Se estivesse falando de surf, seria um assunto agradável, mas infelizmente é sobre a Covid. A Europa vem sofrendo uma onda recente no aumento de casos de Covid, forçando alguns países como a Holanda a declararem novo período de lockdown. Um trabalho feito pela equipe do Deutsche Bank relata os fatos.



Esta manhã, a Áustria anunciou um bloqueio nacional a partir de segunda-feira, após um aumento dramático recente nos casos de Covid. Eles também tornaram a vacinação uma exigência legal a partir de 1º de fevereiro. Enquanto isso, o ministro da saúde alemão anunciou que não descartaria uma exigência igual, depois que as restrições foram anunciadas ontem para os não vacinados. A preocupação seria que a Áustria impôs restrições apenas aos não vacinados na segunda-feira e as acelerou rapidamente.

Os dados da Covid mostram casos diários por milhão para uma seleção de grandes países e regiões, além de outros países interessantes, especialmente aqueles na Europa Oriental, que parecem estar passando por uma onda agressiva.

Para a maioria dos países próximos ao topo, o aumento nos casos ocorreu com bastante rapidez nas últimas semanas. A exceção é o Reino Unido, onde os casos têm sido altos e estáveis ​​desde o verão, já que as altas taxas de vacinação mais as altas taxas de infecção aparentemente forneceram algum grau de imunidade de rebanho. É importante ter em mente que as taxas de teste variam consideravelmente (o Reino Unido é quem faz mais por pessoa no G7) e isso pode afetar as classificações relativas, mas a tendência geral de alta é clara.

A notícia está atingindo fortemente os mercados europeus esta manhã, à medida que aumentam os temores de que o vírus e as restrições se espalham pelo continente novamente. No entanto, a bola da vez pode ser os EUA. Robin Winkler do DB tem apontado que a taxa de vacinação na Áustria (64%) é um pouco menor do que na Espanha (79%), Itália (74%), França (69%), Reino Unido (69%) e Alemanha (68%), mas ainda é maior do que os EUA (58%).

Portanto, embora todas as manchetes estejam na Europa no momento, os EUA serão mais vulneráveis ​​do que muitos países europeus durante todo o inverno? A história recente sugere que os EUA têm uma barreira maior para restrições econômicas relacionadas ao Covid, mas também têm uma taxa de vacinação mais baixa do que seus pares europeus.

Um dado interessante sobre os EUA diz respeito as vacinas, pelo gráfico a seguir se poderia afirmar categoricamente que os países com baixa vacinação serão mais afetados por essa nova — permanente? — onda. Por outro lado, e surpreendentemente a Suécia que tem um baixo número de casos, embora tenha adotado uma política diferenciada de não efetuar lockdowns ou medidas preventivas como o uso de máscaras.



Quando parece que o terror está terminando, notícias como essa nos tornam mais cautelosos e frustrados. Os especialistas a que tive acesso em alguns calls dizem que a Covid terá um comportamento semelhante às outras viroses como a gripe, e quem estiver vacinado terá uma proteção de 95% evitando os casos graves. Mas também reforçam que as vacinas ainda têm um período curto de observação de menos de um ano.

Mesmo com essa estatística a favor dos vacinados, não acredito que alguém que tenha sido infectado vá ficar tranquilo — e se estiver nos 5%? Uma outra grande diferença é o período de isolamento, que não ocorre com o vírus da gripe.

Os mercados acordaram hoje preocupados e as bolsas estão em queda, e embora um arrefecimento da demanda não seja algo tão ruim nesse momento de escassez, a proliferação de lockdowns vai bagunçar de novo a cadeia produtiva.

O Brasil tem dois aspectos positivos nesse sentido: o elevado nível de vacinação da população e a provável proteção pelo extenso período com enormes números de infectados, o que deve ter originado um certo grau de imunidade de rebanho. Mas a instabilidade política, além da inexistência de um candidato da terceira via que possa ameaçar a dupla Bolsonaro X Lula, deixa as perspectivas sombrias para o próximo governo.

Uma pesquisa efetuada com os gestores de fundos de ações na América Latina aponta uma margem mínima de 21% que acredita que a bolsa brasileira vai ser um bom investimento. Até acho que esses 21% já estão comprados e torcendo para a bolsa melhorar. Talvez a pergunta certa seria se pretendem alocar mais recursos.



E nem poderiam dizer que a bolsa brasileira está cara. É verdade que as bolsas americanas estão dando um banho em todas as partes do mundo, mas especialmente na América Latina é de goleada! Mais um exemplo do conceito que o barato pode ficar mais barato.



No post medo-de-perder-o-bonde, fiz os seguintes comentários sobre as nasdaq100: ...” os motivos da dúvida com um horizonte maior. Incialmente, teria que estabelecer um stop loss compatível para essa posição: esse nível seria por volta de 15 mil, correspondendo a uma perda potencial de 7%; por outro lado, o objetivo esperado nesse caso de 16.850 (ponto médio do retângulo em verde) ofereceria um lucro de 5,3%” ...


A nasdaq100 segue seu caminho de alta rumo aos objetivos apontados no gráfico acima. Por que então o Mosca não aproveita essa alta? Primeiro, como já havia mencionado antes, fui muito cauteloso quando se apresentou em queda, esse problema poderia ser mitigado se decidisse entrar mais tarde. Acontece que estaria entrando com uma onda 5 em andamento (em verde).

- David, e daí?

Aqui valem algumas explicações dos motivos. Eu espero que você já saiba que em EW os movimentos direcionais acontecem em 5 ondas e que depois ocorre uma correção, reduzindo parte do último ganho desse movimento entre 38.2%/50%/61,8%, como os mais prováveis, para só depois retornar a subir —nesse caso específico; por não ser a onda final (quando está cheio de ondas 5 no gráfico).

Ondas 5 são perigosas, pois seu ponto de término pode ser calculado segundo diversas métricas, sendo assim, não se tem um nível com confiança. Além do mais, existe a possibilidade de ser truncada, ou seja, nem atinge novas máximas — não é o caso. Para complicar, elas podem se alongar.

Ou seja, tem que ficar com o dedo no gatilho.

No caso do Mosca, não teria como informar os leitores com tanta agilidade no caso decidisse entrar e ter que liquidar imediatamente.

Dito tudo isso, vou ficar atento, embora não signifique que não vou entrar, vai depender do que ocorrer.

Para os leitores terem uma ideia de mais longo prazo o gráfico a seguir com janela semanal mostra a sequência que se espera para a nasdaq100. Sem se basear nos níveis apontados, pois são ainda prematuros, e provável que ainda em 2022 o índice ainda suba substancialmente.



Vocês devem ter visto diversas matérias reportando que as bolsas estão muito caras e que não existira perspectivas de altas nesses preços. Primeiro a bolsa americana não está tão cara como parece no parâmetro de P/L. Como o gráfico a seguir mostra o nível está ao redor de 21e se for retirado as Mega 8 estaria em 18.



Mas talvez o mais importante tenha é o fluxo de recursos alocados em bonds em relação às bolsas desde 2009. Na ilustração a seguir, no lado esquerdo se nota ainda um acumulado negativo para a bolsa americana e levemente positivo para as outras bolsas, enquanto para os bonds um nível crescente e acelerado depois da Covid — esqueceram de avisar que o rendimento atual é 0%!  No lado direito, os retornos anuais para cada classe de ativo equivalente nesse período.



Foi uma alocação totalmente errada — diminuíram o que estava indo muito bem. Se uma parcela pequena que seja voltar para as bolsas, pode dar um impulso maior; por outro lado, não parece razoável assumir que essa tendencia permaneça. A conferir no tempo.



O SP500 fechou a 4.697, com queda de 0,14%; o USDBRL a R$ 5,6090, com alta de 0,92%; o EURUSD a 1,1289, com queda de 0,70%; e o ouro a U$ 2.857, com queda de 0,62%.

Fique ligado!

Comentários

Postar um comentário