Inflação por todo lado #Ibovespa #10year
A
meta de inflação de 3,75% e o intervalo de flutuação estão ambos muito
distantes do que está ocorrendo com a evolução de preços, como se nota no
gráfico a seguir. O BCB está correndo atrás, elevando os juros que já projetam
um nível de 13% de taxa Selic para o começo de 2022.
Nos EUA não foi diferente, como relatado por Olivia Rockeman na Bloomberg. O CPI subiu o mês passado no ritmo mais rápido desde 1990, consolidando a alta da inflação como uma marca da pandemia.
O
índice de preços ao consumidor subiu 0,9% em relação a setembro e 6,2% em12
meses, de acordo com dados do Departamento do Trabalho divulgados na
quarta-feira. Esta, é a maior alta em quatro meses. Ambos os avanços excederam
todas as estimativas de uma pesquisa da Bloomberg com economistas.
Preços
mais altos para energia, moradia, alimentos e veículos foram o combustível
desse índice e indicaram que a inflação está se ampliando para além das categorias
associadas à reabertura.
Em
um cenário de forte demanda, as empresas têm aumentado constantemente os preços
de bens de consumo e serviços, ao mesmo tempo que gargalos na cadeia de
suprimentos e a escassez de trabalhadores qualificados aumentam os custos.
Pressão sobre o Fed
A
recuperação sugere que a inflação mais alta será mais duradoura do que se
pensava anteriormente, colocando pressão sobre os membros do Federal Reserve
para acabar com as taxas de juros próximas de zero mais cedo do que o esperado
e para potencialmente acelerar o ritmo da redução da compra de títulos
anunciada na semana passada.
Os
dados também ameaçam exacerbar os desafios políticos para o presidente Joe
Biden e os democratas, que buscam aprovar um pacote de impostos e gastos de
quase US $ 2 trilhões e defender aumento do salário-mínimo no Congresso nas
eleições de meio de mandato do próximo ano.
Um relatório na terça-feira mostrou que os preços pagos aos produtores norte-americanos também aceleraram no mês passado – embora retrocederam dos patamares elevados dos meses anteriores, em grande parte devido aos custos mais altos dos produtos, e aumentando as preocupações sobre as pressões de preços persistentes em todo o mundo.
Na China, a inflação nas fábricas aumentou no mês passado para seu máximo em 26 anos, enquanto os preços ao consumidor no Brasil aceleraram mais do que o previsto.
Excluindo
os componentes voláteis de alimentos e energia, o chamado núcleo da inflação
aos produtores subiu 0,6% em relação ao mês anterior e 4,2% em relação ao ano
anterior. O aumento anual foi o maior desde 1991.
Os
custos com moradias — que são considerados um componente mais estrutural do CPI
e representam cerca de um terço do índice geral — aumentaram 0,5% em outubro, o
maior em quatro meses, com o aumento dos aluguéis e dos preços das moradias. O
custo das estadias em hotéis aumentou.
O
gráfico a seguir segrega a alta de preços nos seguintes componentes: os que se
elevaram pela reabertura da economia; os que não sofreram esse efeito e a
gasolina. Nota-se claramente uma mudança sendo mais impactados os itens que não
tiveram impacto recente com a reabertura, o que daria uma menor argumentação
para a inflação transitória. No mês em questão, a energia foi um dos vilões.
Indiscutivelmente, os resultados não foram positivos e se esperaria uma reação principalmente no mercado de juros, porém praticamente não aconteceu nada de expressivo, com uma alta de 10 pontos nos títulos de 10 anos — que se encontram no nível muito baixo de 1,55%.
Sobre
os juros, como havia comentado anteriormente, meu sistema não permite uma
análise diária, só consigo estudar nos finais de semana, esse é o motivo que
decide não sugerir mais trades nesse ativo, embora eu continue seguindo. Minha
perspectiva é de alta de juros, que deveria atingir no curto prazo 1,91%, como
destacado no gráfico a seguir. O importante desse cenário é que a taxa não
poderia recuar até 1,38%, pois se isso ocorrer teria que mudar para outra opção
alternativa.
A grande maioria dos analistas estão confiando que a economia americana entre num ciclo de alta robusto, por exemplo, o consenso espera um crescimento de 4% para 2022. O Fed em seu último relatório projeta que as taxas de juros comecem a subir em 2022 e continuem até atingir algo em torno de 2,5%. Mas os mercados futuros não têm essa ideia, acreditam que a taxa vai parar em 1,5% a.a. ao final de 2023. O que será que eles estão sugerindo? A inflação vai voltar a patamares muito baixos depois da recente alta? A economia vai desacelerar de tal forma que o Fed terá que abortar as altas mais adiante? Não está batendo!!!
No post sempre-na-rabeira, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” enquanto a bolsa não ultrapassar o nível de 102.854 pode acontecer um movimento de alta, mas só depois de ultrapassar a região demarcada em verde 110.300 – 114.700. Para dizer a verdade, cenário nada animador” ...
Embora a bolsa tenha atingido de forma marginal uma mínima igual à apontada acima —102.854 —, isso não invalidou o raciocínio registrado. No post acima citei um outro cenário caso houvesse o rompimento do nível de 102 mil...” Caso o limite inferior seja rompido vou ter que trabalhar com o cenário exposto a seguir, que terá que ser melhor analisado. As quedas poderão se estender a 98 mil/90 mil/82mil” ...
A bolsa brasileira se encontra numa correção cuja forma é admissível com alguns cenários. Importante frisar ao leitor que, esses dois cenários não diferem muito no curto prazo somente em prazo mais longo o que não altera a análise atual. A razão da segregação de alternativas é função do canal destacado em amarelo no gráfico a seguir. Se houve a ruptura para baixo, ou para cima, no bom cenário de reconquista da alta, as coisas ficam mais claras.
Os níveis apontados na opção mais negativa - 98 mil/90mil/82mil - poderá ocorrer sem que haja o rompimento das retas em amarelo, basta ir “escorregando” sem romper a reta inferior. Entretanto, é pouco provável que aconteça dessa forma.
-
David, você mencionou tantas possibilidades que nem sei mais o que observar!
Tem
toda razão, as vezes fico preocupado de fornecer detalhes em excesso, essa é
uma forma maior de transparência bem como a de compartilhar meus pensamentos.
Quando o caso é correção, complica mais ainda.
Resumindo seria o seguinte: não recomendo posição no Ibovespa, estou buscando
encontrar um ponto de virada que pode estar perto – primeiro cenário, ou ainda
distante – segundo cenário.
O
SP500 fechou a 4.646, com queda de 0,82%; o USDBRL a R$ 5,4960, com alta de
0,30%; o EURUSD a € 1,1478, com queda de 0,98%; e o
ouro a U$ 1.852, com alta de 1,13%.
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