Inflação por todo lado #Ibovespa #10year


Hoje foi o dia de inflação, tanto aqui no Brasil como nos EUA. A publicação do IPCA de outubro em 1,25% ficou acima da expectativa dos economistas, o maior resultado desde 2002. A gasolina foi o maior vilão da história, com uma alta de 3,10%. Em 12 meses, o índice atingiu 10,67%. O Índice de Difusão subiu para 67%, um indicador de que a alta de preços está se espalhando para o resto da economia.

A meta de inflação de 3,75% e o intervalo de flutuação estão ambos muito distantes do que está ocorrendo com a evolução de preços, como se nota no gráfico a seguir. O BCB está correndo atrás, elevando os juros que já projetam um nível de 13% de taxa Selic para o começo de 2022.



Nos EUA não foi diferente, como relatado por Olivia Rockeman na Bloomberg. O CPI subiu o mês passado no ritmo mais rápido desde 1990, consolidando a alta da inflação como uma marca da pandemia.

O índice de preços ao consumidor subiu 0,9% em relação a setembro e 6,2% em12 meses, de acordo com dados do Departamento do Trabalho divulgados na quarta-feira. Esta, é a maior alta em quatro meses. Ambos os avanços excederam todas as estimativas de uma pesquisa da Bloomberg com economistas.

Preços mais altos para energia, moradia, alimentos e veículos foram o combustível desse índice e indicaram que a inflação está se ampliando para além das categorias associadas à reabertura.

Em um cenário de forte demanda, as empresas têm aumentado constantemente os preços de bens de consumo e serviços, ao mesmo tempo que gargalos na cadeia de suprimentos e a escassez de trabalhadores qualificados aumentam os custos.

Pressão sobre o Fed

A recuperação sugere que a inflação mais alta será mais duradoura do que se pensava anteriormente, colocando pressão sobre os membros do Federal Reserve para acabar com as taxas de juros próximas de zero mais cedo do que o esperado e para potencialmente acelerar o ritmo da redução da compra de títulos anunciada na semana passada.

Os dados também ameaçam exacerbar os desafios políticos para o presidente Joe Biden e os democratas, que buscam aprovar um pacote de impostos e gastos de quase US $ 2 trilhões e defender aumento do salário-mínimo no Congresso nas eleições de meio de mandato do próximo ano.

Um relatório na terça-feira mostrou que os preços pagos aos produtores norte-americanos também aceleraram no mês passado – embora retrocederam dos patamares elevados dos meses anteriores, em grande parte devido aos custos mais altos dos produtos, e aumentando as preocupações sobre as pressões de preços persistentes em todo o mundo.



Na China, a inflação nas fábricas aumentou no mês passado para seu máximo em 26 anos, enquanto os preços ao consumidor no Brasil aceleraram mais do que o previsto.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o chamado núcleo da inflação aos produtores subiu 0,6% em relação ao mês anterior e 4,2% em relação ao ano anterior. O aumento anual foi o maior desde 1991.

Os custos com moradias — que são considerados um componente mais estrutural do CPI e representam cerca de um terço do índice geral — aumentaram 0,5% em outubro, o maior em quatro meses, com o aumento dos aluguéis e dos preços das moradias. O custo das estadias em hotéis aumentou.

O gráfico a seguir segrega a alta de preços nos seguintes componentes: os que se elevaram pela reabertura da economia; os que não sofreram esse efeito e a gasolina. Nota-se claramente uma mudança sendo mais impactados os itens que não tiveram impacto recente com a reabertura, o que daria uma menor argumentação para a inflação transitória. No mês em questão, a energia foi um dos vilões.



Indiscutivelmente, os resultados não foram positivos e se esperaria uma reação principalmente no mercado de juros, porém praticamente não aconteceu nada de expressivo, com uma alta de 10 pontos nos títulos de 10 anos — que se encontram no nível muito baixo de 1,55%.

Sobre os juros, como havia comentado anteriormente, meu sistema não permite uma análise diária, só consigo estudar nos finais de semana, esse é o motivo que decide não sugerir mais trades nesse ativo, embora eu continue seguindo. Minha perspectiva é de alta de juros, que deveria atingir no curto prazo 1,91%, como destacado no gráfico a seguir. O importante desse cenário é que a taxa não poderia recuar até 1,38%, pois se isso ocorrer teria que mudar para outra opção alternativa.



A grande maioria dos analistas estão confiando que a economia americana entre num ciclo de alta robusto, por exemplo, o consenso espera um crescimento de 4% para 2022. O Fed em seu último relatório projeta que as taxas de juros comecem a subir em 2022 e continuem até atingir algo em torno de 2,5%. Mas os mercados futuros não têm essa ideia, acreditam que a taxa vai parar em 1,5% a.a. ao final de 2023. O que será que eles estão sugerindo? A inflação vai voltar a patamares muito baixos depois da recente alta? A economia vai desacelerar de tal forma que o Fed terá que abortar as altas mais adiante? Não está batendo!!!



No post sempre-na-rabeira, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” enquanto a bolsa não ultrapassar o nível de 102.854 pode acontecer um movimento de alta, mas só depois de ultrapassar a região demarcada em verde 110.300 114.700. Para dizer a verdade, cenário nada animador” ...



Embora a bolsa tenha atingido de forma marginal uma mínima igual à apontada acima —102.854 —, isso não invalidou o raciocínio registrado. No post acima citei um outro cenário caso houvesse o rompimento do nível de 102 mil...” Caso o limite inferior seja rompido vou ter que trabalhar com o cenário exposto a seguir, que terá que ser melhor analisado. As quedas poderão se estender a 98 mil/90 mil/82mil” ...



A bolsa brasileira se encontra numa correção cuja forma é admissível com alguns cenários. Importante frisar ao leitor que, esses dois cenários não diferem muito no curto prazo somente em prazo mais longo o que não altera a análise atual. A razão da segregação de alternativas é função do canal destacado em amarelo no gráfico a seguir. Se houve a ruptura para baixo, ou para cima, no bom cenário de reconquista da alta, as coisas ficam mais claras.



Os níveis apontados na opção mais negativa - 98 mil/90mil/82mil - poderá ocorrer sem que haja o rompimento das retas em amarelo, basta ir “escorregando” sem romper a reta inferior. Entretanto, é pouco provável que aconteça dessa forma.

- David, você mencionou tantas possibilidades que nem sei mais o que observar!

Tem toda razão, as vezes fico preocupado de fornecer detalhes em excesso, essa é uma forma maior de transparência bem como a de compartilhar meus pensamentos. Quando o caso é correção, complica mais ainda.

Resumindo seria o seguinte: não recomendo posição no Ibovespa, estou buscando encontrar um ponto de virada que pode estar perto – primeiro cenário, ou ainda distante – segundo cenário.

O SP500 fechou a 4.646, com queda de 0,82%; o USDBRL a R$ 5,4960, com alta de 0,30%; o EURUSD a 1,1478, com queda de 0,98%; e o ouro a U$ 1.852, com alta de 1,13%.

Fique ligado!

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