To Big to Fail #bitcoin #ouro

 


Quando aconteceu a grande recessão de 2008, alguns bancos e seguradoras estiveram à beira da falência. O governo americano resolveu intervir nessas instituições, comprando ações ou dando incentivos para outros bancos incorporarem essas empresas, evitando assim uma catástrofe maior, à única exceção foi Banco Lehman Brothers, que acabou quebrando.

Criou-se uma ideia de que em outra eventual crise o governo agiria da mesma forma — sendo assim, uma frase foi muito difundida para evidenciar essa situação: To Big To Fail , ou seja, qualquer empresa que fosse muito grande não quebraria.

Esse conceito me fez pensar se esse raciocínio vale para criptomoedas — não que o governo interviria caso ocorresse uma derrocada no preço, mas seu tamanho é tão grande que dificilmente viraria pó.

Aaron Brown escreve na Bloomberg um artigo onde questiona se as criptomoedas valem realmente U$ 3,0 trilhões.

O valor total de todos os ativos de criptomoedas acaba de superar três trilhões de dólares‎, de acordo com a Bloomberg News. É um número tão grande que precisa de algum contexto para significar alguma coisa. Considere a Microsoft Corp. e a Apple Inc., que têm capitalizações de mercado que recentemente ultrapassaram US$ 2,5 trilhões. Assim, todo o setor cripto é cerca de 20% mais valioso do que o patrimônio das duas maiores empresas de tecnologia.‎

‎A corrida anterior de cripto atingiu o pico no final de 2017 em cerca de US $ 800 bilhões, coincidentemente valia cerca de 20% a mais do que a Microsoft e a Apple na época. No ano seguinte, a criptomoeda caiu quase 90%, enquanto a Microsoft, a Apple e o Índice Nasdaq 100 não mudaram muito. Em dezembro de 2018, a criptomoeda valia apenas um pouco mais de 10% das maiores empresas de tecnologia. Mas nos próximos três anos, a criptomoeda recuperou o terreno perdido e está de volta ao seu pico de avaliação em comparação com as empresas de tecnologia.‎

Analisar a valorização cripto é difícil. Há três abordagens principais. Uma delas é considerar o setor como uma empresa de tecnologia. Há milhares de ideias cripto por aí, gerando serviços úteis. Alguns deles, como serviços financeiros peer-to-peer e contratos inteligentes, são serviços tradicionais que as criptomoedas podem, sem dúvida, fornecer mais barato e melhor do que as finanças centralizadas. Outros são serviços totalmente novos do usuário final, ou são cripto-para-cripto, o que significa coisas que não fornecem serviços diretamente aos consumidores, mas permitem às criptomoedas voltadas para o consumidor operarem melhor.

Como o valor futuro total de todos os serviços cripto para usuários finais se compara às receitas futuras potenciais da Apple ou da Microsoft? Eu diria que o potencial da criptomoeda é muito maior do que qualquer empresa hoje, mas o risco é muito maior. A criptomoeda pode nunca gerar lucros significativos para os investidores, enquanto a Apple e a Microsoft têm grandes receitas e lucros. Essas empresas também têm funcionários e ativos, e históricos de desenvolvimento de novos negócios valiosos. Mesmo que o crescimento das criptomoedas continue, o valor pode ser capturado por usuários e desenvolvedores, não por pessoas que possuem moedas hoje. A regulação pode forçar os investidores cripto a obter lucros em serviços cripto em vez de moeda tradicional.‎

De qualquer forma, tendo essa visão, você tem que ser otimista para gostar das criptomoedas aos preços atuais. A relação preço-lucro para o Índice S&P 500 está perto da máxima histórica, as avaliações das empresas de tecnologia são particularmente estratosféricas e as cripto estão sendo vendidas em sua máxima relação para as maiores empresas de tecnologia. Espuma sobre espuma sobre espuma. Além disso, não houve nenhuma boa notícia óbvia da criptomoeda para justificar o aumento dos preços. A menos que você tenha certeza de que "desta vez é diferente", os valores das criptomoedas parecem propensos a reverter para a média. Isso não significa um colapso, mas pode significar anos de retornos medíocres. Embora existam muitos ativos cripto que são investimentos promissores, é difícil ver muito lado positivo de curto prazo para o valor fundamental — baseado em serviços reais entregues a usuários finais reais — de todo o universo cripto.‎

‎Uma segunda maneira de ter uma ideia sobre o valor cripto é considerá-lo uma economia separada. Foi o que fiz em 2013, quando previ que a criptomoeda representaria 2% da economia total em 10 anos. Então, eu manteria 2% da minha carteira alocada para cripto, comprando quando os preços estão baixos e vendendo quando eles estão altos. Ao longo dos anos isso gerou lucros que agora compõem 40% da minha riqueza. E se a criptomoeda for para zero amanhã, ainda estou 38% no lucro. Por outro lado, se a criptomoeda continuar a subir, eu lucro o suficiente para não me arrepender. Quanto menos certo você estiver sobre o valor de algo, mais importante é escolher um valor e ficar com ele. Muito melhor adivinhar um valor errado e deixar algum dinheiro na mesa em comparação com o que você pode ter feito, do que comprar sempre que a criptomoeda estiver na alta, e vender quando ele despenca.‎

O valor de 2% não passava de um palpite. Eu escrevi na época que se alguém escolhesse 0,5% ou 5% ou qualquer coisa no meio, eu não tinha nenhuma objeção forte — mas pensei que zero ou mais de 5% eram difíceis de defender. Hoje, a criptomoeda é cerca de 3% do valor total do patrimônio líquido global, então eu tenho vendido nesse rali. Mas alguém que vê um futuro maior para a criptomoeda pode achar seu preço justo, ou até mesmo subvalorizado.‎

A terceira grande abordagem de valorização da criptomoeda é como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional. Nessa perspectiva, a criptomoeda vale US$ 3 trilhões porque os dólares são menos sólidos do que costumavam ser, não porque a cripto se desenvolveu melhor do que o esperado. Ter uma presença sólida no universo cripto tem apelo óbvio olhando para o mundo hoje, com a economia tendo sérios problemas de reinício, preocupantes eventos geopolíticos, política e governos parecendo disfuncionais, ameaças dos EUA de repressão financeira e confisco de ativos e política monetária e fiscal ultra-frouxa nos EUA e em outros lugares, apesar da inflação mais rápida.‎

‎Minha estratégia pessoal é manter 2% alocados em criptomoedas sem me preocupar com a valorização. Mas há um argumento para os otimistas de que a criptomoeda pode subir acima do que está hoje, mesmo em relação às grandes empresas de tecnologia em geral, continuando a desenvolver ideias e fornecer serviços úteis aos usuários finais. E há um argumento para pessimistas de que as altas avaliações tradicionais de ativos e a instabilidade das moedas tradicionais e das instituições financeiras fazem a criptomoeda valer seus altos preços. Eu não tenho ideia se hoje é o pico de cripto para este ciclo de mercado, mas parece ser um momento particularmente ruim para ter uma exposição insuficiente ou excessiva.

Em relação ao artigo, o raciocino usado para definir sua a exposição detida em criptomoedas não tem qualquer lógica. De onde tirou que as criptomoedas têm relação com a economia? Na minha opinião, teria sido muito mais logico usar o total de ativos. Por sinal, se sua participação passou de 2% para 40% da sua carteira, a economia teria que ter crescido 40% nesse período, ou não era os 2% na época que comprou. Não bate!

Embora não seja grande entendido do assunto, acredito que consigo enxergar duas utilidades para as criptomoedas: Com utilidade e Sem utilidade! Hahaha ... No primeiro grupo estariam por exemplo o Ethereum e outras onde existe a troca de uma NFT por essa moeda, quando alguém decide comprar — outras utilidades mais práticas devem surgir com o tempo, como escritura de imóveis, bens autorais etc. Esse é um caso típico de oferta e demanda onde com demanda maior sobe o preço, caso contrário cai. Mas tudo isso poderia ser liquidado em dólares com a concomitante transferência de propriedade, da mesma forma que ocorre no mercado de títulos. Já os Sem utilidade, onde o bitcoin está incluso, depende da adesão das pessoas — quanto maior o número de pessoas que acreditam e querem ter uma exposição, mais os preços sobem e vice-versa.

Observando somente os Sem utilidade, existe a possibilidade de virar pó algum dia? Tudo depende da expectativa dos detentores dessas moedas e principalmente da adesão de novos. Esse assunto foi amplamente discorrido no post piramides-digitais. Há informações de que no caso do bitcoin existe uma elevada concentração em poucas pessoas; se esses detentores não venderem de jeito nenhum, dificilmente irá valer zero, mesmo agora que existem derivativos — duvido que algum investidor especializado iria vender a descoberto, acreditando que esses detentores irão jogar a toalha.

Não tenho certeza se esses investidores ficariam comprados até a morte, tudo depende da atitude em relação a seu patrimônio, além dos motivos que levariam todas as outras pessoas a se desinteressarem.

Sendo assim, sob essas hipóteses, o conceito de To Big To Fail  é exercido por esse grupo. Minha experiência profissional sugere que acordo com dinheiro não existe, sempre alguém rompe. Mas o que é certo é que, para os preços subirem, precisa entrar novos compradores todos os dias, liquidamente. Premissa difícil de assumir.

No post influências-do-imediatismo, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...” Nessa conjectura, o ouro estaria num estágio avançado do triângulo na onda (D) em azul, que daria curso a uma queda para a formação da onda (E). A vantagem nesse caso é que temos parâmetros bem claros a seguir: A onda (D) não deveria ultrapassar U$ 1.916” ...



Tudo indica que o ouro está seguindo as premissas adotadas pelo Mosca . Assim que atingiu o nível estipulado para término da onda (D), a última onda 1 de queda está em andamento, terminado ao redor de U$ 1,730 conforme apontado no retângulo abaixo. Do mesmo modo que existia uma invalidação do triangulo para cima, existe para baixo, que nesse caso seria em U$ 1.676.

1 Os triângulos na grande maioria das vezes se desenrolam em 5 movimentos, um contrário ao outro, porém existem casos que se estendem em 7 ou mais movimentos com a mesma característica.



Caso o ouro negocie abaixo do limite definido acima em U$ 1.676, uma outra configuração está em andamento que levaria as cotações ao redor de U$ 1.600 – a ser mais bem calculado caso ocorra.

Desde julho de 2020 o metal entrou num movimento de correção e os leitores puderam acompanhar a dificuldade em estabelecer algum parâmetro que permitisse um trade.

Fui buscar os trades que sugeri durante esse período e veja o resultado.

Era melhor ter ficado quieto!

O USDBRL fechou a R$ 5,664, com queda de 0,71%; o EURUSD a 1,1206, sem alteração; e o ouro a U$ 1.788, sem alteração.

Fique ligado!

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