Queimou o peru #nasdaq100

Hoje era para ser um dia tranquilo. Segundo os modelos estatísticos, apontam para a alta das bolsas no Black Friday. É nesse dia que os investidores mais sofisticados colocavam uma equipe de pessoas nas lojas para projetar qual seria o nível de vendas no final do ano. Esse período até o Natal representa o equivalente a 1/3 das vendas anuais. Agora o pessoal que fazia a coleta foi substituído por computadores que buscam os dados on line.

Mas não é isso que está ocorrendo, uma nova cepa do vírus encontrada na África do Sul, o B.1.1.529 fez com que as bolsas ao redor do mundo caíssem em torno de 2% - 3%, sendo mais agudo nos segmentos que estavam se recuperando com a abertura. Foi tão rápido, e esse é o temor dos infectologistas, que a nova cepa nem nome tem ainda.

O número de casos ainda é pequeno, mas o que assusta é sua velocidade de transmissão, embora a África do Sul tenha um índice extremamente baixo de vacinação de sua população em 25%, tornando-se um excelente campo para o vírus se propagar e se modificar. Como já comentei, os vírus são extremamente competentes em sua luta pela sobrevivência.



Gabriele Steinhauser relatou no Wall Street Journal que o governo da África do Sul está considerando novas restrições à saúde pública para conter uma nova variante de propagação rápida do coronavírus que segundo os cientistas tem um alto número de mutações que podem torná-lo mais transmissível e permitir que ele evite algumas das respostas imunes desencadeadas por infecção ou vacinação anterior.

O aviso dos cientistas sul-africanos e do Ministério da Saúde, emitido às pressas em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, levou a Organização Mundial da Saúde a convocar uma reunião de especialistas para sexta-feira para discutir se declarará a nova cepa como uma "variante preocupante".‎

Embora os cientistas digam que ainda estão estudando a combinação exata de mutações da nova variante — atualmente apelidada de B.1.1.529 — e como afetam o vírus, sua descoberta sublinha como as mudanças no genoma do vírus continuam a representar um risco para o surgimento do mundo da pandemia Covid-19.‎

‎"Isso reforça novamente o fato de que este inimigo invisível com o qual estamos lidando é muito imprevisível", disse o ministro da Saúde sul-africano Joe Phaahla. Ele disse que o governo realizaria discussões no fim de semana sobre a necessidade de novas restrições às reuniões sociais e outras atividades, como viagens, para conter a disseminação da nova variante.‎

‎Pesquisadores detectaram pela primeira vez o B.1.1.529 em 12 de novembro, segundo Tulio de Oliveira, que lidera o Centro de Resposta epidêmica & Inovação da Universidade Stellenbosch, na África do Sul, e é membro do grupo de trabalho da OMS que monitora novas variantes do coronavírus. Desde então, a variante tem impulsionado um aumento exponencial das infecções por Covid-19 no país, embora de um nível muito baixo, com o número de novas infecções chegando a 1.200 na quarta-feira, cerca de quatro vezes mais do que há duas semanas.‎

‎B.1.1.529 é agora responsável por cerca de 90% dos casos na província mais populosa da África do Sul, Gauteng.

‎A nova variante tem mais de 50 mutações em comparação com o coronavírus que foi detectado pela primeira vez em Wuhan, na China, em 2019. Mais de 30 dessas mutações estão na proteína do receptor, através da qual o vírus se conecta às células humanas e que é o principal alvo da atual safra de vacinas Covid-19.‎

‎Embora muitas dessas mutações pareçam ser novas, várias são conhecidas por cientistas por outras variantes preocupantes, onde pareciam tornar o vírus mais contagioso ou permitiram que ele escapasse de partes da resposta imune induzidas pela vacinação ou uma infecção anterior do Covid-19.‎

‎"Todas essas coisas nos dão alguma preocupação de que essa variante possa não apenas ter melhorado a transmissibilidade, e portanto se espalhe de forma mais eficiente, mas também possa contornar partes do sistema imunológico e a proteção que temos em nosso sistema imunológico", disse Richard Lessells, especialista em doenças infecciosas da Plataforma de Inovação e Sequenciamento de Pesquisa KwaZulu-Natal, durante o briefing.‎

‎Dr. Lessells disse que ele e outros colegas ainda estavam estudando se a b.1.529 estava infectando principalmente pessoas não vacinadas e se isso leva a casos mais graves de Covid-19. "O perfil de mutação nos dá preocupações, mas agora precisamos fazer o trabalho para realmente entender o significado dessa variante e o que significa para a resposta a essa pandemia", disse ele.‎

Em contraste com a maioria das outras variantes proeminentes, que só podem ser detectadas através do sequenciamento de genoma demorado e caro, a presença de B.1.1.529 é sinalizada em alguns dos testes de cadeia de polimerase comumente usados, ou PCR, disse o Prof. de Oliveira. Isso torna mais fácil de rastrear e é uma das razões pelas quais os cientistas sul-africanos foram capazes de perceber sua rápida expansão no país tão rapidamente.

De imediato, os mercados reagiram de forma a reduzir os ativos de risco, com queda nas bolsas e também nos juros. A perspectiva de restrições de viagem generalizadas e as restrições renovadas à atividade social significam que os formuladores de políticas têm que pensar duas vezes antes de começar a recuar no apoio. Durante meses, os bancos centrais vêm preparando o mercado para uma era de política monetária mais apertada à medida que a economia global emergiu da pandemia e a inflação acelerou.

Os traders de Wall Street estavam prontos para comemorar o tão esperado almoço de família de Thanksgiving, vão ter que sair correndo para os escritórios a fim de acompanhar o mercado de ações que termina mais cedo as 13h00 — na volta, o peru vai ter queimado!

No post a-enésima-onda, onde comentei sobre a onda de infecções que vem ocorrendo na Europa e destaquei: ...” Mesmo com essa estatística a favor dos vacinados, não acredito que alguém que tenha sido infectado vá ficar tranquilo” ... Em relação ao nasdaq100, comentei: ...” A nasdaq100 segue seu caminho de alta rumo aos objetivos apontados no gráfico acima. Por que então o Mosca não aproveita essa alta? Primeiro, como já havia mencionado antes, fui muito cauteloso quando se apresentou em queda, esse problema poderia ser mitigado se decidisse entrar mais tarde. Acontece que estaria entrando com uma onda 5 em andamento (em verde)” ... ...” Ondas 5 são perigosas, pois seu ponto de término pode ser calculado segundo diversas métricas, sendo assim, não se tem um nível com confiança” ...



Parece que até o momento o conservadorismo do Mosca foi prudente; mesmo se agora entrar no mercado, será a níveis menores, propiciando um conforto melhor em termos de risco x retorno. Para o leitor que desconhece análise gráfica, pode parecer que eu estava antevendo esse surto, pois não compreende como se poderia antecipadamente prever algum acontecimento. Posso garantir que não é esse o caso, a teoria de EW leva em consideração os ciclos bem como a sequência de movimentos, desta forma, dependo do local que se encontra, é possível antever o grau de risco envolvido.

Vou hoje analisar um cenário mais negativo para a nasdaq100. Que passa a ser o mais provável. No post mencionado acima, enfatizei o risco da onda 5 terminar antes do que seria provável, é essa situação que acabou ocorrendo.



O índice deve permanecer em queda durante algumas semanas, podendo atingir o nível apontado no retângulo acima – 15,5 mil/ 15, 8 mil. O primeiro movimento de queda desde a última segunda-feira pode ter terminado, se for esse o caso, uma pequena alta deverá ocorrer em breve, e é nesse momento que poderemos ter alguma pista se vale essa nova marcação ou a antiga.

Como o assunto é bolsa de valores, vale a pena verificar o que a decisão do Brexit ocasionou na bolsa inglesa. Depois de Nova York, Londres é considerado o segundo Centro Financeiro mais importante. Diversas empresas bem como países preferem atuar nesse mercado com receio de eventuais sansões dos americanos. Porém, desde a decisão da Inglaterra sair da Comunidade Europeia, as mudanças de relacionamento com esse bloco passaram por um escrutínio na visão dos investidores. Perdas de vantagens no comercio foram abolidas. Muitas empresas decidiram sair de UK e se instalar em outros países da Europa.



Resumindo, basta ver a seguir a performance da bolsa inglesa vis-à-vis o resto do mundo. A segunda ilustração é chocante, se a população entendesse os custos que essa decisão teria para o seu país não sei se manteriam o voto.

O SP500 fechou a 4.594, com queda de 2,27%; o USDBRL a R$ 5,5941, com alta de 0,50%; o EURUSD a 1,1314, com alta de 0,96%; e o ouro a U$ 1.792, com alta de 0,20%.

Fique ligado! 

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