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O sonho de todos #Ibovespa

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  Quando eu era criança, sonhava em ganhar os prêmios oferecidos nos álbuns de figurinhas. Gastava parte da mesada (ou toda) para encontrar as figurinhas carimbadas; se as tivesse, conseguiria as outras mais fáceis em trocas com os amigos. Nesse campo tive meu primeiro sócio, um vizinho do prédio onde morava. Certo dia, fui à banca e consegui uma carimbada em uma das dezenas de pacotes que comprei. Não tive dúvidas, peguei o ônibus (com 7 anos!) e fui à Praça da Sé buscar meu prêmio, uma máquina fotográfica Kodak. Retornei rapidamente para casa, com medo de alguém roubar minha joia, à espera do meu sócio. Comemoramos muito, e depois nunca mais usamos essa máquina fotográfica. Na minha adolescência mudaram os prêmios, mas a vontade de ganhar continuava. Esse é um sonho que todos os seres humanos têm em maior ou menor escala. Emocionalmente, acredito que existem duas vontades no subconsciente, a de ser um vencedor e fazer uma operação de risco x retorno muito vantajosa – suponho que ni

O termômetro do mercado #SP500

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  Desde 1 de janeiro, o mercado de bolsas se depara com alguns problemas existentes, dos quais destaco dois: O início da queda se deu por conta do elevado nível de inflação observado no globo, com raras exceções; de início era temporária, depois mais persistente. Um a um, os bancos centrais mudaram o tom de seus discursos e avisaram que a farra dos juros baixos e/ou negativos estava chegando ao fim. Rapidamente, os analistas de bolsas começaram a calcular qual seria o novo preço das ações. Mas, em paralelo, as economias estavam com bom desempenho e já se notavam intenções de investimento em máquinas e equipamentos. A Covid passou a ser um problema secundário, já que as vacinas estavam dando conta do recado, ficando em risco apenas os não vacinados. Foi quando de repente a Rússia, mesmo repetindo que não iria invadir a Ucrânia. Como de costume através de seu presidente Putin, resolveu se aventurar nesse caminho. Os países desenvolvidos com as mãos amarradas em termos de engajamento fí

O token diário #usdbrl

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  Os fatos que acontecem na vida de cada um têm efeitos momentâneos que precisam ser percebidos. Na área de investimentos, quanto menos você se deixar levar por esses impulsos, menor será a chance de cometer erros – notem que o impulso pode ser positivo ou negativo. Este final de semana ocorreu algumas más notícias, culminando com a morte precoce do irmão de um grande amigo. Ao receber a notícia, minha reação foi: como assim, o que aconteceu? Não acordou! Dê imediato a nossa reação é de negação: não é possível, esta semana ele curtiu uma postagem minha. Mas com o passar do tempo, vai-se aceitando a realidade. Quando me dirigia ao cemitério veio o pensamento que em algum dia acontecerá conosco, é inevitável pensar. Depois de refletir sobre o clichê de que se deve aproveitar a vida, figurativamente imaginei que recebemos diariamente um token da vida que possibilita realizar os desejos e obrigações das 24 horas. Fazer ginastica e alimentar-se bem autoriza uma condição superior de rece

A ingratidão do sucesso #nasdaq100

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  Vou comentar algumas passagens que ocorreram durante o período que estive pela Linear. Em 1994, me juntei a mais 3 sócios para fundar uma das primeiras empresas de administração de fundos de terceiros, uma startup da época sem ter o nome. Começamos com praticamente zero de capital próprio e já de início abrimos certo número de fundos internacionais bem como selamos parcerias com alguns bancos e corretoras. A ideia começou a tomar forma. A notoriedade dos meus sócios, principalmente Ibrahim Eris que posteriormente foi presidente do BCB, acrescida de nossa credibilidade nos mercados, permitiu um crescimento substancial. Em pouco mais de 3 anos atingimos a marca de U$ 1,0 bilhão administrados, que equivaleria a um montante bem superior em valores atuais. Em agosto de 97 saímos na capa da revista Exame com um título sugestivo: Os Homens do Risco, onde uma matéria de 8 páginas contava a breve história do nosso sucesso. Me recordo bem o dia em que foi lançado esse exemplar, porque ness

"Buy the dips" #ouro #gold

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  Todos nós já estivemos em situações em que estamos ora como compradores, ora como vendedores. Não sei se já pensaram nesse assunto, mas provavelmente as pessoas têm uma melhor habilidade em uma das posições — eu sou melhor na compra - embora nem todos tenham essa habilidade (o que não se constitui nenhum problema, basta delegar a que a tem). Qual o melhor preço? Para o comprador, o melhor preço é o preço mínimo ao qual o vendedor estaria disposto a vender, e vice-versa, para o vendedor é o maior preço que o comprador está disposto a pagar. Como esses limites na maioria das vezes não são explicitados, pessoas com maior sensibilidade levam vantagem. Quando o assunto é ações ou qualquer outro ativo com boa liquidez, fica a seu critério decidir se compra (ou vende) ao preço de mercado, e depois só o tempo dirá se fez um bom ou mau negócio. Para quem trabalha no mercado, posso garantir com 100% de certeza que você sente essa sensação diariamente, como costumo dizer: um burro ou gênio.

To fora! #ibovespa

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  Ninguém tem ideia do que vai acontecer com as economias mundiais. Quem usa modelos deve estar perplexo com os movimentos de preços, que tornam inútil qualquer previsão. Mais uma vez, é a prova de que o comportamento humano se sobrepõe aos fundamentos. Você poderá me questionar e dizer que na grande maioria do tempo esses últimos prevalecem, mas como dizia Maynard Keynes, o mercado pode ficar irracional por mais tempo que você permaneça solvente — ele era grafista? Hahaha ... Até um mês atras, ninguém tinha dúvida de que os bancos centrais ao redor do mundo estavam na iminência de um ciclo de alta de juros — afinal, de temporário a inflação não tinha nada. Agora, com a alta explosiva das commodities em geral, essa alta se intensificou. Embora, a cartilha diga que um banco central não deve mudar sua política de juros por conta de um choque de oferta, já que subir os juros é ineficaz, é inegável que a inflação terá um novo round de alta. O que fazer? Não subir pode criar um problema n

Macro choque de oferta #SP500

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  Uma guerra normalmente ocasiona choque de oferta para os bens e serviços que os países em luta fabricam, mas em sua essência o que mais causa disfunção nos mercados são as comodities. No caso atual, uma nova fonte de escassez foi criada por conta das sanções financeiras adotadas pelos países ocidentais. Esse passo, está criando um choque mais ampliado colocando pressão em inúmeras empresas. No post de hoje vou citar um dos mercados que apresentam um nível de stress nunca antes visto. Fora o petróleo que todos acompanhamos sua escalada de preços, vejam o que ocorreu com o níquel conforme relatado em artigo da Bloomberg. O níquel, usado em aço inoxidável e baterias de veículos elétricos, subiu até 250% em dois dias negociando brevemente acima de US $ 100.000 por tonelada no início da terça-feira. O movimento frenético - o maior de todos os tempos no LME - veio quando investidores e usuários industriais que tinham vendido o metal estão tendo dificuldade para comprar os contratos de