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A China realiza um grande evento a cada 5 anos para definir as diretrizes para a sua economia. Nesta semana o Comitê se encontrou para esse fim, e o que eles planejam acontece com uma certa precisão.

O comunicado divulgado após uma reunião de quatro dias do Comitê Central do Partido Comunista deu um amplo esboço do plano, bem como traçou uma visão para a economia até 2035.


Crescimento da Qualidade

O comunicado implica um caminho agressivo de expansão econômica sem mencionar explicitamente o ritmo de crescimento do produto interno bruto. O plano anterior de cinco anos, em 2015, havia traçado uma meta para o crescimento num nível elevado segundo os padrões dos países ocidentais.

A declaração de quinta-feira diz que o PIB per capita da China deve corresponder ao nível de países moderadamente desenvolvidos até 2035. Embora não tenham sido mencionados números ou nomes específicos, uma expectativa razoável é que a China pretenda atingir níveis per capita do PIB semelhantes aos da Coreia do Sul, Israel ou Espanha, nos próximos 15 anos. O PIB per capita desses países é de US$ 35.000 a 40.000 aos preços atuais, em comparação com os US$ 10.261 da China em 2019.

Impulso de Inovação

O UBS comentou que o foco em tecnologia e inovação vai acelerar uma atualização industrial.

"Achamos que a China pode atingir um gasto maior em P&D (possivelmente 3% do PIB até 2025) e educação, no novo plano de cinco anos", escreveram os economistas do UBS, Wang Tao e Ning Zhang, em nota. "À luz das restrições tecnológicas, a China pode alocar mais recursos para pesquisas fundamentais, fronteiriças, de gargalo tecnológico."

Em seus planos de digitalização, "acreditamos que a China investirá mais em sua "nova infraestrutura" incluindo redes 5G, IA e data centers no novo plano de cinco anos", disseram os economistas.

A China disse que precisa construir sua própria tecnologia principal porque não pode confiar em comprá-la de outros lugares, já que o Partido Comunista traçou planos para uma maior autossuficiência econômica.

Nos detalhes de seu plano, eleva a autoconfiança em tecnologia e inovação. Na sexta-feira, altos funcionários do partido, disseram que a nação aceleraria o desenvolvimento do tipo de tecnologia necessária para estimular o próximo estágio de desenvolvimento econômico. A chave para isso é medidas ousadas para reduzir a dependência do know-how estrangeiro, embora isso não signifique que a China irá se desligar do mundo.

 Abertura

Prometeu continuar abrindo sua economia e levá-la a um "nível mais elevado".

"O quinto Plenário pediu colaboração internacional através da abertura de alto nível", escreveram em nota os economistas do Barclays liderados por Chang Jian. "O comunicado pedia a promoção da liberalização do comércio e dos investimentos, o avanço do desenvolvimento de alta qualidade "Belt and Road", e a participação ativa na reforma do sistema global de governança econômica."

Os compromissos estão em linha com os recentes comentários do presidente Xi Jinping, que a China deve cooperar ativamente com todos os países, regiões e empresas, inclusive com os EUA.

Demanda Doméstica

O foco da China em elevar a demanda doméstica, para alcançar um crescimento mais sustentável, significa "aumentar a produtividade total dos fatores e reequilibrar o desenvolvimento econômico entre setores/regiões", de acordo com o Goldman Sachs.

"Embora o governo chinês esteja pedindo uma transição no modelo de desenvolvimento há vários anos, dado que o amplo ambiente externo e doméstico mudou, achamos que o governo provavelmente acelerará o ritmo de reformas relevantes nos próximos cinco anos, para alcançar um crescimento sustentável, equilibrado e de alta qualidade entrando no grupo de alta renda."

Existe nitidamente duas mudanças importantes, primeiro uma maior atenção do ponto de vista local, priorizando o consumo interno em detrimento das exportações, e uma maior independência na área de tecnologia, essa última, motivada pelas ações agressivas adotadas pelo Presidente Trump, o que fez acelerar esse processo.

Essas serão as estratégias que a China pretende adotar, para se tornar a maior economia do mundo, e com a vantagem, sem ter os grandes problemas e dilemas que o mundo ocidental vive no momento

No post licoes-de-um-especialista, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” tudo indica que o 0,80% será testado antes que uma nova queda ocorra. No gráfico a seguir aponto dois intervalos onde os juros poderiam atingir. O primeiro ao redor de 0,90%/0,94% e o outro 1,21%/1,28%” ...

No gráfico a seguir, com janela semanal, os juros estão terminando a semana próximo das máximas dos últimos meses, corroborando minha expectativa. O que aconteceu de muito diferente agora, foi que a bolsa caiu durante esse o período porem os juros não acompanharam, o que fere a logica que prevalecia ate então. Esse assunto foi comentado pelo Mosca no post acabaram-se-os-salva-vidas.


Nesse momento o volume de apostas na alta de juros se encontra em volumes elevados como se pode verificar a seguir. Os maiores detentores desses contratos, apostando na alta são os hedge funds. 


O racional por traz,  é o elevado volume de títulos do tesouro, a ser colocado no mercado ocasionado pela expansão fiscal, bem como eles acreditam que a inflação irá subir, o que forçaria o FED a atuar em algum momento no futuro. Vale lembrar que no passado, todas as vezes que essa aposta foi feita, o mercado perdeu!


O SP500 fechou a 3.269, com queda de 1,21%; o USDBRL a R$ 5,7428, com queda de 0,63%; o EURUSD a 1,1647, com queda de 0,23%: e o ouro a U$ 1.877, com alta de 0,58%.
Fique ligado!

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