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Comprar barato! #ibovespa

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Tenho notado nos últimos dias vários articulistas levantando a hipótese de que a bolsa brasileira ficou barata. A razão não é outra senão a queda de 20% do Ibovespa desde junho deste ano. Não é a primeira vez e nem será a última que essa dúvida ecoa. Quando eu era o tesoureiro do Banco Francês e Brasileiro, além das empresas cujo acionista era o Crédit Lyonnais, o Banco de Investimento Credibanco fazia parte do grupo — entretanto, eu trabalhava com o caixa centralizado. Um recém-chegado diretor financeiro do Credibanco me chamou para uma reunião, já que eu cuidava de toda a carteira de títulos públicos desse banco. Depois do café veio a seguinte frase: “David, fique à vontade: com 2% de lucro, pode comprar e vender qualquer quantidade de papeis”. Fiquei chocado incialmente, mas não quis polemizar. Como alguém poderia pedir algo assim? Comentei com meu chefe, e ele não acreditou que fosse isso, achou que eu tinha exagerado. Pedi que ele fosse à mesa de operações de Open Market e f

Simplicidade #SP500

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  Quando ficamos mais velhos (o que é o meu caso!), tendemos a buscar simplificar a vida — afinal, já não temos o mesmo ímpeto de mudar o mundo. Mas essa atitude nem sempre nos leva a decisões piores, e em muitos casos ocorre o inverso. Um artigo de John Authers na Bloomberg publicou um estudo feito pela Nomura Holdings, ressaltando que os CEOs que usam linguagens complexas na divulgação de resultados produzem piores retornos. Estamos acostumados a analisar números na área de investimentos. Com a melhoria da tecnologia para analisar a linguagem, o Big Data agora nos permite começar a analisar palavras também, e isso acaba sendo muito útil. Se você quer que alguém invista, argumente em linguagem clara. E para quem está pensando em investir, se alguém que apresenta um projeto não consegue explicar sua oferta em discurso simples, isso é um sinal para não investir. ‎ Esta é a descoberta fascinante da pesquisa dos analistas da Nomura Holdings Inc., sobre as apresentações de resultados

A Evergrande virou Everpequena #usdbrl

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  As ações de empresas imobiliárias na China vêm sofrendo nos últimos meses, em especial a Evergrande, segunda maior construtora da China, que emprega 3,8 milhões de pessoas e tem esta semana pagamentos de bonds que, especula-se, não irá honrar. Como essa semana existem alguns feriados na China, essa dúvida afetaram as bolsas ao redor do mundo. Um artigo de Johna Authers na Bloomberg relata a situação dessa enorme companhia. Claramente, este é um momento potencialmente enorme. Compreensivelmente, a Evergrande quase jogou para escanteio o burburinho da especulação sobre as dezenas de reuniões do Banco Central que virão esta semana, lideradas pelo Federal Reserve.‎ ‎Então, aqui está a pergunta chave: que tipo de momento será o Momento Evergrande? Será um Momento Minsky, semelhante ao colapso do Lehman? Ou será mais parecido com o Momento LTCM? Ou poderia ser no final das contas menos importante? Para medir isso, precisamos ressuscitar outro conceito que muitos de nós pensávamos ter

A Inteligência Artificial escolhe você #nasdaq100

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  A escolha de alguém para uma posição de trabalho é uma tarefa que exige uma série de requisitos, e quanto mais especializada é uma função, mais subjetivo é o critério. Nesse processo a chance de erro pode ser grande. Mas parece que esse trabalho está sendo delegado aos computadores que, através da Inteligência Artificial, estão escolhendo os funcionários das empresas. Um artigo de Parmy Olson na Bloomberg alerta que esse modelo poderia eliminar estrelas futuras. Encontrar a pessoa certa para um trabalho pode parecer impossível quando centenas estão se candidatando a uma única posição ao mesmo tempo. Muitos empregadores recorreram ao software para reduzir esses candidatos, mas há um problema: o software pode esnobar trabalhadores perfeitamente bons. ‎ ‎Os chamados Sistemas de Rastreamento de Candidaturas, o termo oficial para softwares de filtragem de currículos, foram projetados para ajudar as empresas a lidar com a enxurrada de pedidos de emprego para cada vaga nas últimas dua

Conclusões precipitadas #ibovespa

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  Ontem comentei que a economia não é uma ciência exata, e essa afirmação é visível em situações do dia a dia. Hoje pela manhã me deparei com um artigo publicado por Ben Carlson no site A Wealth of Common Sense: Por que há quase U$ 10 trilhões rendendo nada em contas de poupança? De acordo com o ‎ ‎Bankrate,‎ ‎ a taxa média de juros para uma conta de poupança agora é de 0,06%.‎ ‎Usando a regra de 72 para essa taxa de retorno, isso significa que são 1.200 anos até ver seu dinheiro dobrar.‎ ‎Acho ótimo pensar e agir pensando no longo prazo, mas acho que vai demorar para ver a raça humana transformada em vampiros.‎ ‎Os rendimentos das contas de poupança estão atrelados à Taxa dos Fed Funds, que atualmente está fixada em 0%, então faz sentido que esses rendimentos sejam tão baixos.‎ ‎Aqui está algo que talvez não faça sentido:‎   Estamos agora fechando em quase US $ 10 ‎ ‎ trilh õ es ‎‎ nessas contas de poupança. Há mais de US $ 1 trilhão depositado em contas de poupança b

Intromissão na lei da oferta e da procura #sp500

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  A economia não é uma ciência exata, mas é ministrada como se assim fosse. Nos últimos anos, a teoria comportamental ganhou força, já que não se pode programar o ser humano a agir racionalmente. Uma das teorias mais difundidas na academia, e conhecida de forma popular, é a lei da oferta e da procura — tão popular que um parlamentar no Brasil sugeriu que ela fosse revogada. Em mercados pequenos, o equilíbrio nem sempre ocorre, pois está sujeito a manipulações por ambas as partes, mas deveria funcionar bem em economias abertas e com mercados grandes e organizados. Mas mesmo em países com políticas liberais, ocorrem alguns absurdos de difícil compreensão. É o caso da cidade alemã de Berlim, que colocou em votação se a capital alemã deve confiscar apartamentos de grandes proprietários corporativos. Um artigo de Carol Ryna no Wall Street Journal relata esse caso. Os inquilinos de Berlim estão tentando despejar grandes proprietários. É uma situação extrema, mas ‎ ‎os investidores qu