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Bom demais para ser real #SP500

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  Na semana passada morreu Bernie Madoff. O empresário deu no mercado financeiro o maior golpe de que tenho conhecimento. Em 2008, quando foi descoberto, o volume total de fundos que administrava era de U$ 50 bilhões, dos quais os detentores só conseguiram recuperar uma fração depois de alguns anos. Vale a pena contar uma passagem da minha vida em relação a esse investimento. O executivo de um grande banco me apresentou numa visita a oportunidade de investimento nesse fundo. Comentou que era um hedge fund com uma longa história de retornos incríveis, uma média de 10% a.a. com baixa volatilidade e quase nenhum mês negativo. Eu passei os olhos nessa tabela e fiquei intrigado com a pequena quantidade de retornos negativos além dos positivos estarem contidos dentro de um intervalo pequeno de variação. Perguntei a esse executivo como Madoff conseguia obter esses retornos. Recebi a seguinte resposta “Ele tem uma estratégia incrível que não revela, ‘secreta’. O princípio é a compra e ve

Realidade desafiadora #usdbrl

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  Nunca vimos um mercado de baixa como o que acabamos de viver. Nada chega perto quanto à rapidez de seu início e de seu término. Um artigo de Michael Batnick no Irrelevant Investor faz uma comparação com outros momentos. Em apenas 19 dias, o Dow estava 20% abaixo de suas máximas. Em 22 dias, estava 30% abaixo. E em apenas 27 dias, tudo acabou, a mínima tinha ocorrido. Chamar isso de incomum é um eufemismo. Você pode ver no gráfico abaixo que a maioria dos mercados de baixa levam literalmente centenas de dias para atingir o fundo. Todo esse mercado de baixa terminou em menos de 200 dias. O mercado atingiu o pico em fevereiro, e em novembro estava em novas máximas históricas. Estamos agora a 268 dias do topo em fevereiro de 2020. Eu queria comparar este mercado de queda com todos os outros para ter uma melhor noção de como este foi diferente. Acabamos de viver a segunda mais forte reação acima das mínimas, exceto pela Grande Depressão. 268 dias após a mínima em 1932, o Dow sub

Critérios para escolha de ações #nasdaq100

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  Os brasileiros se interessam cada vez mais pelo mercado acionário. A queda dos juros foi o principal elemento nessa mudança, e acredito que ser uma mudança sem volta. Com a disseminação de aplicativos para operar na bolsa e descontos nos custos, aliados à curiosidade — principalmente dos mais jovens —, é um desafio na hora de escolher o que comprar. A análise fundamentalista é seguramente a maior referência nesse sentido, e uma história bem contada pelo analista, com determinadas projeções sobre o futuro, pode dar uma lista de boas opções. Mas além desta, existem outras técnicas como a análise gráfica (preferência do Mosca ) e uma denominada de momentum , usada pelos fundos quantitativos. É sobre essa última que vou comentar, através de uma publicação de Jack Foreland no blog Validea. Os investidores às vezes querem fatores de investimento bem compartimentados. Queremos olhar para um fator e associar um certo tipo de empresa a ele. Isso nos deixa mais confortáveis com o fator e

O único motivo #eurusd

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  Diariamente é publicado algum artigo sobre as criptomoedas, e em especial sobre o Bitcoin. Minha irmã outro dia me perguntou o que eu achava de investir, pois uma amiga comentou que é a forma de ficar milionária. Confesso que ensaiei diversas vezes entrar, mas tem alguma coisa interna que me bloqueia.   Fiquei pensando um pouco nos motivos, e talvez o principal seja que o Bitcoin para mim não representa nada, literalmente apenda um bit de computador! Entendo todos os motivos apontados pelos admiradores, mas moeda não é mesmo — no máximo, poderia se encaixar como um investimento em algo que com escassez. Não posso supor que sua utilidade somente seja grande para quem quer fugir das autoridades por negociar algo ilegal (drogas), ou porque um país está em hiperinflação (Venezuela); seria muito pouco. Tudo isso não impede que continue subindo, pois o interesse do público aumenta dia a dia; tanto é verdade que ontem foi o lançamento das ações da Coinbase, que comento a seguir atravé

Powell está blefando? #Ibovespa

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  O Presidente do Fed Jerome Powell deu uma entrevista na semana passada ao programa 60 Minutes (equivalente ao Fantástico no Brasil). Durante sua apresentação, reafirmou categoricamente que os juros não sobem neste ano e very unlikley (muito improvável) que subam em 2022. É impossível supor que ele e os outros membros do Fed não estão levando em consideração as opiniões de diversos economistas que estão alertando quanto aos riscos inflacionários. Será que o Fed está blefando ou está considerando a inflação um problema de curto prazo? Um artigo de Craig Torres e Liz McCormick na Bloomberg levanta a hipótese de que a preocupação é na verdade com a falta de inflação. Os diretores do Federal Reserve estão tão preocupados com uma taxa de inflação muito baixa bem como com uma muito alta. Embora o aumento dos preços agora esteja na berlinda com a reabertura da economia e o aumento da demanda, as tendências de longo prazo que estancaram os custos globais podem ressurgir com o fim da p

Fed 1 X 0 Mercado #SP500

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  Hoje foi publicado o tão esperado índice de inflação americano medido pelo CPI. Embora as manchetes apontem para algo negativo, o resultado teve um impacto positivo nos mercados. Essa notícia foi reportada na Bloomberg por Reade Pickert como a maior alta desde 2012. Os preços ao consumidor dos EUA subiram em março, com o fim dos bloqueios pandêmicos desencadeando uma recuperação nas viagens e deslocamentos que aumentaram o custo da gasolina, aluguel de carros e estadias em hotéis. O índice de preços ao consumidor aumentou 0,6% em relação ao mês anterior, após um ganho de 0,4% em fevereiro, segundo dados do Departamento do Trabalho de terça-feira. O salto no custo do gás representou quase metade do avanço global de março. Excluindo componentes voláteis de alimentos e energia, o chamado NÚCLEO IPC aumentou 0,3% em relação a fevereiro, o maior em sete meses. Os custos de bens e serviços aumentaram no mês passado. O índice anual de inflação subiu para 2,6%, valor distorcido por

Riscos inesperados #usdbrl

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  Quando tudo vai bem, existe uma tendencia a se negligenciar os riscos, afinal, o que pode dar errado. Num mundo abarroado de liquidez o assunto que trago hoje pode parecer longínquo, mas é nessas horas que se deve ter a verdadeira dimensão do que pode ocorrer. Vou começar com um momento que eu vivi quando estava na Linear. Em 1997 ocorreu a crise da Ásia, um pouco antes, a Linear atingiu a marca de U$ 1,0 bilhão de recursos administrados, um número considerável para a época. Os fundos enquadravam-se nas categorias: renda fixa; ações e multi mercados, local e internacional. Se naquela época existisse o conceito de start up, acredito que nos encaixaríamos nessa categoria. Mas a crise comprometeu o futuro do negócio, fomos duramente afetados em nosso fundos, o que ocasionou resgates maciços. Um dos fundos de renda fixa administrados no exterior tinha na carteira bonds de empresas brasileiras de boa qualidade, naquela época, somente as grandes companhias tinham acesso a esse mercad