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Argentina flertando com a China #nasdaq100

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Que nossos vizinhos são maus pagadores todo mundo sabe; segundo um amigo que é de lá, de oito em oito anos vem um calote. O governo de Fernandez tem sido um desastre, entrou com toda pompa anunciando que iria devolver a dignidade aos argentinos sem se ajoelhar aos investidores externos — incluindo o FMI, com quem tem uma dívida pendurada de U$ 44 bilhões —, e só conseguiu com suas heterodoxias “estabilizar” a inflação em 50% a.a., isso mantendo inúmeros preços fixos ou sob controle, e praticamente proibindo seus habitantes de viajar ao exterior ao impedi-los de comprar dólares pela taxa oficial — que também é subsidiada, pois no câmbio negro o dólar está com 100% de ágio sobre o oficial. Em relação às negociações com o FMI, depois de longos meses chegaram em janeiro a um acordo que está tendo grandes dificuldades para aprovação no Congresso a apenas algumas semanas do prazo final, sendo que uma parcela importante vence na segunda quinzena de março. Ontem, seu banco central subiu os j

Voo sem instrumentos #ouro

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  Nunca vivi um momento em que a inflação estivesse subindo em tantos países; é raro encontrar algum que mantenha os padrões anteriores à pandemia. O problema que ocorreu nas cadeias produtivas certamente tem um peso importante, mas também já se nota a difusão desse fenômeno nas outras categorias. É fato que o impacto não é linear, ou seja, de forma uniforme, como se pode observar no gráfico comparativo entre a Europa e os EUA a seguir. No último gráfico acima, onde são excluídos os itens mais voláteis — alimentos e energia — notem o impacto no índice dos itens afetados pelas cadeia produtivas (em amarelo). Extraindo esse percentual, chega-se a 2% a.a. no restante. Na verdade, não gosto muito de fazer esse tipo de raciocínio de exclusão, pois se tirar todos os itens a inflação é 0%! Como podemos saber se a inflação vai estragar a festa? No passado, uma boa leitura do mercado de bonds americanos fornecia indicações confiáveis, mas hoje em dia não sei se poderia confiar tanto nela, j

Correlação um conceito perigoso #Ibovespa

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  É muito comum no mercado financeiro o uso do conceito de correlação; eu poderia enumerar diversas. Sempre tenho muito cuidado ao utilizar esse conceito, pois a correlação funciona até que não funciona. No final deste relato vou anexar um gráfico que vai dar um exemplo recente de como esse conceito pode falhar. Para tratar desse assunto, vou acrescentar trechos de uma apresentação feita por McSwain, sócio e gestor da Fiduciary Weath Partners, com um respeitado pesquisador de investimentos Joachim Klement, que tem profundo conhecimento em estatística. Seja humilde sobre coisas que não são estáveis ‎ ‎São comuns as apresentações de como várias classes de ativos de investimento têm se movido comparadas uma à outra. Ilustrações de desvios-padrão e correlações direcionam trilhões de dólares para alocações em várias classes de ativos e produtos de investimento.‎ ‎Por trás desses planos de risco e retorno de investimento, estão as estatísticas. É importante rever estatísticas, mas ta

Apostas sem limite #SP500

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  Durante minha vida profissional, tive contanto direto e indireto com vários especuladores. Esse tipo de investidor não usa muita técnica, nem fundamentalista nem grafista, e prefere se guiar muito mais por seus instintos. Na década de 80, quando poucas pessoas atuavam na bolsa de valores e não havia investidor estrangeiro, a manipulação era mais atrativa. Existem várias estratégias de investimento, e uma delas tem o nome de momentum [impulso, energia]. Para explicar como funciona, vou usar um artigo de Aaron Brown publicado pela Bloomberg. As duas estratégias de investimento mais antigas são comprar coisas baratas (valor) e comprar coisas que estão subindo (impulso). Essas ideias há muito antecedem a teoria financeira moderna e eram tão populares entre os operadores do pregão de Chicago que tinham largado a escola e mascavam charutos em mangas de camisa como entre os PhDs fumantes em paletós de tweed que fumavam cachimbo no clube dos professores da Universidade de Chicago.‎ ‎U

A raposa #usdbrl

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  O Presidente Putin é uma raposa, na acepção política da palavra. Em seus 23 anos de poder, aterrorizou diversos mandantes de outros países e, na maioria das vezes, conseguiu o que queria com sua estratégia. O Presidente Biden, por sua vez, não parece ser muito esperto nem demostrar muito vigor. No embate atual, os EUA já disseram que não pretendem entrar no conflito, caso a Rússia decida invadir a Ucrânia. Todas as estratégias passadas não funcionaram muito bem, e tudo indica que agora estão usando uma estratégia diferente, segundo Jullian Barnes e outro do New York Times. Após décadas recebendo aulas de guerra de informações dadas por Putin, os EUA estão tentando vencer o mestre em seu próprio jogo. Nas últimas semanas, o governo americano detalhou as ações das forças especiais russas na fronteira com a Ucrânia, expôs um plano de criar um vídeo falso como pretexto para uma invasão, divulgou os planos de guerra de Moscou e deu a entender que oficiais russos tinham dúvidas sobre P