Brasil: Otimismo exagerado #nasdaq100 #NVDA
O mundo atravessa uma transformação profunda, com a ordem
global se fragmentando. Enquanto Estados Unidos e China disputam a hegemonia, e
a Europa busca autonomia estratégica, um quarto bloco emerge como peça central
no tabuleiro geopolítico: o Sul Global. Segundo o Deutsche Bank Research
Institute, esse bloco, que reúne mais de 130 países, moldará o futuro do
comércio, da economia e da sustentabilidade. O Brasil, destacado como um dos
líderes, brilha com sua vasta população, recursos naturais e influência crescente.
Contudo, o Mosca alerta: otimismo exagerado pode ofuscar desafios estruturais,
como o sistema político, judiciário e o baixo grau de educação, que o relatório
não considera.
Um Bloco de Peso, com o Brasil na Vanguarda
O Sul Global, abrangendo membros do G77, México, Turquia e
nações da Ásia Central, representa 20% do PIB nominal global, mas alcança 35%
em paridade de poder de compra. Sua integração econômica é notável: responde
por um quarto do comércio global e do investimento direto estrangeiro (IDE),
com abertura comercial dobrada desde 1990. O bloco detém 18% do gasto militar
global, com Índia e Arábia Saudita superando países europeus em despesas
militares até 2024.
O Deutsche Bank posiciona o Brasil como um pilar desse
bloco, terceiro no Global South Scorecard, destacando-se por sua base de
manufatura, fluxo de IDE e influência militar. Sua economia diversificada e
mercado interno de mais de 200 milhões de consumidores o tornam atrativo em um
mundo menos globalizado, premissa central do relatório. O Brasil é um gigante
em recursos naturais, com reservas de petróleo, minerais e liderança na
exportação de soja, crucial para a segurança alimentar da China.
Inserção do Gráfico 1: O Figure 3 do relatório
(página 6), que ilustra a participação do Sul Global em população, energia,
PIB, comércio e gastos militares, contextualiza a relevância do bloco, com
destaque para o Brasil. (Inclua a imagem do documento).
O Momento do Sul Global e a Ascensão do Brasil
O Deutsche Bank aponta que a ascensão da China enfrenta
ventos contrários, como demografia envelhecida e resistência global às suas
exportações, abrindo espaço para o Sul Global como motor de crescimento.
Projeções do FMI indicam que o bloco alcançará 40% do PIB das economias
avançadas até o fim da década, e o Brasil está bem posicionado para
capitalizar. O país atraiu grandes fluxos de IDE, beneficiando-se de sua
proximidade com os EUA e do avanço no acordo EU-Mercosul.
O Global South Scorecard coloca o Brasil ao lado de
Índia, Indonésia e Arábia Saudita, destacando sua capacidade industrial e
riqueza em recursos. A Amazônia, um dos maiores sumidouros de carbono,
posiciona o Brasil como protagonista na sustentabilidade, atraindo
investimentos em energia renovável. Sua liderança no Mercosul e presença em
fóruns globais reforçam seu papel estratégico. Mas o Mosca adverte: a
desglobalização, base do estudo, pode ser revertida se as tarifas americanas
recuarem, ou contrariamente, se uma guerra de tarifas global, com países
adotando protecionismo mútuo, poderia isolar nações, remetendo a um mundo de 50
anos atrás, como discutido no post “O Desejo da Calça Lee”.
O Choque Comercial e as Oportunidades para o Brasil
O comércio global enfrenta turbulências com o protecionismo
americano, mas o Brasil está resiliente, segundo o Deutsche Bank. O Sul Global,
incluindo o Brasil, beneficiou-se da guerra comercial de 2018 como “economia
conectora”, reexportando bens chineses. Diferentemente de México e Vietnã, mais
expostos, o Brasil, com sua economia diversificada, tem vantagem. A China,
maior parceiro comercial, depende de suas exportações agrícolas, conferindo
alavancagem estratégica.
A Europa surge como oportunidade. Enquanto os EUA se
retraem, o acordo EU-Mercosul posiciona o Brasil como porta de entrada para a
América Latina. O Deutsche Bank destaca que a Europa e o Sul Global lideraram o
crescimento do comércio na última década, e o Brasil, com sua infraestrutura
agrícola e industrial, está pronto para aprofundar essa parceria. O Mosca,
contudo, reforça: mesmo que o cenário se concretize, levará décadas, e uma
guerra de tarifas global poderia frear esse progresso.
Alinhamentos Geopolíticos: O Brasil como Ator Multipolar
O Sul Global é um mosaico de interesses, e o Brasil navega
com habilidade, segundo o Deutsche Bank. O Geopolitical Alignment Table
mostra a China como maior parceiro comercial, mas os EUA lideram em IDE, e a
Europa tem influência cultural. Fora da Iniciativa Belt & Road, o Brasil
preserva autonomia, enquanto parcerias com a Europa em armamentos reforçam
laços ocidentais. O relatório chama isso de “multi-alinhamento”, com o Brasil
equilibrando múltiplos polos. O Mosca alerta que desafios internos, como instabilidade
política e judiciária, podem comprometer essa flexibilidade estratégica.
O Futuro Moldado pelo Brasil
O Sul Global será um agente de mudança, e o Brasil está no
centro, conforme o Deutsche Bank. O país brilhará em cinco áreas:
reconfiguração de cadeias de suprimentos; migração impulsionada por sua
população jovem; sustentabilidade, com a Amazônia como ativo global;
alavancagem de recursos agrícolas e minerais; e influência no sistema
financeiro, mediando entre dólar e yuan. O Mosca, porém, recomenda cautela: sem
reformas no sistema político, judiciário e educacional, o Brasil pode não
sustentar sua liderança.
Conclusão
O Sul Global é a chave para 2025, e o Brasil, uma estrela
ascendente. Para o investidor, é um convite à ação: diversificar, focar no
potencial brasileiro e antecipar choques comerciais. O Mosca continuará
explorando esse bloco que redefine o futuro, mas sem ilusões: o caminho é
longo, e o Brasil precisa superar seus entraves internos para brilhar no mundo
multipolar.
Para quem quiser acesso ao conteúdo integral aqui está o link The_Global_South__A_strategic_approach_to_the_world_
Análise Técnica
No post “o-que-fazer-se-bolsa-esta-barata”, comentei sobre
a Nasdaq 100: “O mercado mostrou maior otimismo com a divulgação dos dados
de emprego e, conforme a hipótese apresentada, é necessário que a Nasdaq 100
ultrapasse o nível de 20,3 mil, que está próximo.”
A Nasdaq 100 está “batendo na porta” de dois níveis
importantes: o primeiro, mencionado acima, de 20,3 mil, e outro amplamente
valorizado pelo mercado, a média móvel de 200 dias 1, destacada no
gráfico. Se ela conseguirá ultrapassá-los, ainda veremos.
1 A
média móvel de 200 dias (MMA200) é um indicador técnico que suaviza os preços
de um ativo ao longo de 200 dias, servindo como referência para tendências de
longo prazo. Quando o preço de um ativo está acima da MMA200, indica uma
tendência de alta. Por outro lado, quando está abaixo, sinaliza uma tendência
de baixa.
Sobre a Nvidia, comentei: “A ‘ex-Queridinha’ avançou
muito pouco nesta semana, mantendo a dúvida mencionada em aberto.”
A Nvidia está “atrasada” em relação à Nasdaq 100, como fica
claro no gráfico abaixo. Por outro lado, a média móvel de 200 dias está
exatamente no nível de US$ 125,40, o que sugere que, ao ultrapassá-la, o ativo
pode testar seu All-Time High (ATH).
No casamento judaico, é costume distribuir camisetas com
alguma referência aos noivos. Essas camisetas são entregues aos convidados mais
próximos, que as vestem durante as animadas danças judaicas (muito animadas!).
Após as danças, podem voltar a usar suas camisas sem ficar suados pelo resto da
festa. Ao receber a camiseta, não contive o riso ao ver o que os amigos
escolheram estampar. Será que o Andre está comprado na “queridinha”? Haha!
O S&P500 fechou a 5.659, sem variação; o USDBRL a R$ 5,6516,
com queda de 0,16% ‑ atualizei o stop loss para R$ 5,70; o EURUSD a € 1,1250,
com alta de 0,20%; e o ouro a U$ 3.329, com alta de 0,71% ‑ atualizei o stop
loss do IBOVESPA para 133.500.
Fique ligado!
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