Retorno zero a esquerda #nasdaq100 #NVDA

 


Não foi por falta de aviso. Em sucessivos posts, alertei que a aventura de Elon Musk no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado por Donald Trump, estava fadada ao fracasso. A promessa de cortes trilionários no orçamento americano esbarrou na burocracia e na resistência política, resultando em quase nada, como detalha o Wall Street Journal. Musk, agora, deixa Washington e retorna ao seu império — Tesla, SpaceX e xAI —, que enfrenta desafios monumentais, agravados por sua polarização e pelas tarifas de Trump.

Musk abandonou o DOGE em 28 de maio de 2025, após quatro meses de uma cruzada que prometia revolucionar o governo americano. O WSJ aponta que os cortes ficaram muito aquém dos US$ 2 trilhões almejados, limitando-se a uma fração irrisória. A Bloomberg é mais contundente: “Musk não fez nada além de transformar a Casa Branca em um showroom de carros por um dia e perturbar milhares de vidas sem motivo.” Como já antecipava no Mosca, a falta de habilidade política e a resistência do establishment inviabilizaram a missão. A saída de Musk, junto de Steve Davis, da Boring Company, encerra uma empreitada que nunca teve chance de prosperar.

O retorno de Musk às suas empresas não é um regresso triunfal. A Tesla, pilar de seu império, enfrenta uma crise de vendas e reputação. O WSJ destaca uma “queda acentuada” nas vendas nos EUA e na Europa, atribuída à rejeição à figura polarizadora de Musk, intensificada por sua aliança com Trump. O Mosca reforça que Musk se tornou “non grata” no mercado americano e sofreu com as tarifas de Trump, que prejudicaram as exportações. A Bloomberg adiciona que sua imagem, atrelada a um governo controverso, alienou consumidores. Em abril, a Tesla perdeu a liderança europeia para a chinesa BYD, um golpe significativo.




O gráfico mostra a Tesla atingindo US$ 1,5 trilhão pós-eleição, seguida por uma queda de mais de 50%, reflexo da ausência de Musk em Washington. A recuperação recente, acima de US$ 1 trilhão com seu retorno, reflete a aposta dos investidores nos robotaxis, que estreiam em Austin. No entanto, questiono: será essa recuperação sustentável, ou apenas um alívio temporário?

A SpaceX também enfrenta obstáculos. O WSJ detalha os problemas com o Starship, crucial para as ambições de Musk em Marte e para contratos com a NASA. A falha recente em testar as telhas térmicas, prioridade de Musk, expõe as dificuldades. Como já alertava no blog, a SpaceX, apesar da força dos foguetes Falcon e da Starlink, enfrenta riscos técnicos e financeiros que podem atrasar a missão a Marte em 2026. A pressão sobre Musk é imensa, sobretudo após ele admitir, em 2021, que o Starship é um “projeto extremamente difícil”.

Na xAI, Musk corre contra o tempo para desenvolver IA de nível humano. O WSJ relata a fusão da X com a xAI e os esforços para parcerias, como com a Microsoft, enquanto compete com a OpenAI.

A Bloomberg contextualiza o impacto de Musk em Washington. O gráfico de gastos federais cumulativos, comparando 2023, 2024 e 2025, mostra a ineficácia do DOGE.




O gráfico revela que os gastos com Seguridade Social e Medicare seguem subindo, e a receita fiscal continua volátil. A saída de Musk, devolve a Casa Branca à “política de sempre”, com investigações sobre abusos policiais arquivadas e a Suprema Corte limitando injunções nacionais, aprofundando divisões. Vejo isso como prova de que a influência de Musk foi mais midiática do que efetiva.

O que vem pela frente? Musk promete voltar ao ritmo de “24/7”, dormindo em salas de conferência, como postou no X. A Tesla aposta na autonomia para crescer, mas enfrenta concorrência e uma marca desgastada. A SpaceX precisa superar os reveses do Starship, e a xAI luta para se destacar. O Mosca mantém o ceticismo: Musk, apesar de genial, está sobrecarregado, e sua polarização pode ser um peso maior do que ele calcula.

A volta de Musk ao setor privado encara um teste crucial. Sua fortuna absorve perdas, mas sua reputação e legado estão na berlinda. Vale ressaltar uma frase que costumo dizer, “dinheiro não leva desaforo”.

 

Análise Técnica

No post “a-Nvidia-continua-nadando-de-braçada” fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: “A bolsa lateralizou sem que o nível mencionado fosse ultrapassado, o que levou o Mosca a aguardar” ... “Também não seria desejável que o índice recuasse para a área delimitada pelo retângulo, onde se localizam a média de 200 dias e outro fator técnico”.




A bolsa permaneceu lateral nesta semana, sem avanços nos parâmetros que destaquei anteriormente. Enfatizo que o Nasdaq 100 precisa superar o nível de 22.175 (ATH), o que parece o mais provável. Contudo, até que isso ocorra, não quero ver o índice abaixo da faixa entre 20.330 e 19.890, conforme indicado no gráfico “NDX 30.05”. É assim: paciência faz parte do nosso métier.




Sobre a Nvidia, comentei “A mesma observação feita para o Nasdaq 100 aplica-se à Nvidia, com um diferencial: o stop loss está em US$ 114,94, um pouco distante da média móvel de 200 dias, destacada em vermelho.”




Os resultados divulgados na quarta-feira agradaram o mercado, como abordei no post “navegando-mil-por-hora”. Isso levou a Nvidia a se aproximar do alvo de US$ 148,83. Embora não tenha atingido esse nível, é possível que a onda III (laranja) esteja concluída. Assim como no Nasdaq 100, é crucial que a Nvidia supere sua máxima histórica de US$ 153,03, conforme mostrado abaixo.




- David, você parece um torcedor de um time que está ganhando de 2 a 0, mas ainda teme uma virada faltando 15 minutos.

Gostei da comparação. Minha principal dúvida é que o movimento recente da Nvidia não se alinha com uma onda 3 típica, que costuma ser vigorosa. Simplificando: está “fraca”. Por outro lado, a bolsa segue em alta, o que é positivo. Usando sua metáfora, só considero o jogo ganho quando Nasdaq 100 e Nvidia romperem suas máximas históricas, sem false breaks. Como no futebol, o mercado sempre oferece o próximo jogo — e eles são infinitos.

Mudando de assunto, que tal a tabela abaixo, sobre a performance de fundos de ações? 




Ano após ano, o resultado é o mesmo: investir em fundos de ações ativos — sejam americanos, europeus, asiáticos ou brasileiros — tem alta probabilidade de perder para o benchmark, com mais de 70% de chance, em média. Isso explica o crescimento dos fundos passivos. Ainda me surpreende que essa tendência não tenha decolado no Brasil.




O S&P 500 fechou a 5.911, sem variação; o USDBRL a R$ 5,7187, com alta de 0,93%; o EURUSD a € 1,1355, com queda de 0,15%; e o ouro a U$ 3.294, com queda de 0,65%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Caro David, aqui nos EUA, a Tesla continua sem concorrência no quesito carro elétrico, os chineses não podem entrar, Ford e GM estão muito atrás tecnologicamente, a rede de carregadores Tesla em todo território americano é gigante, portanto quando acabar essa onda Woke anti Musk, o consumidor continuará comprando Teslas. Quando ao continente Europeu Woke, deixamos eles com os chineses da BYD, já sabemos que no Brasil a BYD anda bem mal vista pela pessima qualidade e pós venda.

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  2. Silvio Perissinotti30 de maio de 2025 às 18:12

    Segue meu nome pois saiu como anônimo.
    Silvio Perissinotti
    Vivo nos EUA desde 2016.

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  3. De onde tirou que BYD anda mal vista no Brasil? E aqui ainda tem a GWM vendendo muito. Até nos EUA a Tesla vem perdendo marketshare.

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  4. Tesla é bolha. A fase atual, onde as vendas estão despencando, e as ações subindo deixa isso bem claro. A opinião do Silvio, so deixa claro que para investir nesses valuations, me um mercado onde ela claramente não será a lider, tem que ser alienado.

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  5. Em Portugal já foi. Vendia muito bem e agora ninguém quer e pode ver a Tesla. Como pode um homem inteligente se deixar cair... pode, pode.

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