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O mercado financeiro vive um momento de inflexão. Após uma onda de “fundamentalismo” que derrubou as “Sete Magníficas” (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla) em 25% neste ano, conforme o Mosca destaca, a poeira começa a assentar. Essas gigantes, que pareciam intocáveis, enfrentaram um vendaval impulsionado por temores de recessão nos EUA e incertezas sobre tarifas comerciais, culminando em perdas colossais de US$ 4,26 trilhões desde o início de 2025. No entanto, o que o Mosca sinaliza com clareza é que essas empresas não se abalaram. Pelo contrário, continuam a despejar bilhões em inteligência artificial (IA), a palavra que, exceto pelas tarifas, domina as conversas no mercado. Com a estabilização temporária, a IA volta ao radar dos investidores, e o futuro parece promissor, mas não isento de riscos.

Michael Cembalest, da J.P. Morgan, em seu relatório “Eye on the Market”, oferece uma análise robusta sobre o avanço da IA. Ele aponta que, apesar das tarifas terem desviado a atenção, as discussões sobre IA superam em muito as preocupações comerciais nas teleconferências de resultados do primeiro trimestre. A capitalização de mercado das empresas focadas em IA é 2,6 vezes maior que a das “vítimas das tarifas”, sugerindo que a tecnologia é o verdadeiro motor do mercado. Cembalest destaca a redução drástica nos custos de inferência de modelos como o GPT-3.5, que caíram 280 vezes entre 2022 e 2024, enquanto a eficiência energética melhorou 40% ao ano. Esses avanços estão democratizando o acesso à IA, com modelos de código aberto reduzindo a diferença de desempenho para apenas 2% em alguns benchmarks.




A adoção corporativa da IA também ganha tração. Dados da Ramp mostram que setores como tecnologia e saúde já integram modelos de IA em fluxos de trabalho diários, com assinaturas pagas crescendo significativamente. Um exemplo prático vem de uma plataforma mexicana de carros usados, que substituiu sua equipe de vendas por um modelo de voz baseado em IA aumentando a conversão de clientes em 70%. A ServiceNow relata que a BT Group unificou 125 plataformas em uma única, reduzindo o tempo de resolução de problemas de 4,7 horas para menos de um minuto. Esses casos concretizam o que o Mosca antecipa: a IA não é apenas uma promessa, mas uma realidade transformadora.

No entanto, nem tudo é um mar de rosas. Cembalest alerta para os desafios persistentes, como as altas taxas de “alucinação” em modelos de raciocínio, que podem chegar a 50% em perguntas não treinadas. Um exemplo é o modelo o3 da OpenAI, que, em testes, inventou ações como rodar código em um MacBook de 2021, algo que não pode fazer. Essas falhas exigem supervisão humana rigorosa, especialmente em aplicações críticas. Além disso, benchmarks como o SOLOBench e o SWE-Bench mostram que apenas modelos como o Claude da Anthropic superam 50% de precisão em tarefas complexas, como correção de bugs em repositórios do GitHub.




A gestora Coatue, em sua atualização de 6 de maio de 2025, reforça a confiança na IA como o grande vetor de crescimento. Apesar do pior início de ano para o Nasdaq até 21 de abril, com retornos negativos. Ela destaca a velocidade de adoção do ChatGPT em comparação com outros aplicativos. Enquanto o Facebook, o TikTok e o Instagram levaram 96 meses para atingir aproximadamente 1 bilhão de usuários, o ChatGPT alcançou 800 milhões em apenas 30 meses, com uma aceleração impressionante. Desse total, 400 milhões de usuários foram conquistados nos últimos dois meses.

A gestora aposta em empresas como a ARM, que, com mais de 100 bilhões de dispositivos compatíveis com IA, pode se tornar a próxima gigante de semicondutores, com potencial de atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado. A Coatue projeta que a ARM, ao migrar de licenciamento de IP para venda de chips, pode alcançar receitas de US$ 67 bilhões até 2035, com margens operacionais de 60%. Esse otimismo ecoa a visão de que a IA estar remodelando não apenas o software, mas também o hardware que a sustenta.

Outro destaque da Coatue é a Xiaomi, vista como a “Apple + Tesla da China”. Com o sucesso do carro elétrico SU7, a empresa combina hardware, software e serviços, com um terço dos lucros vindo de serviços. A Coatue estima que os lucros por ação da Xiaomi podem crescer nove vezes em dez anos, um sinal de que a inovação em IA e mobilidade não está restrita aos EUA.

O Wall Street Journal, complementa essa narrativa ao explorar como agentes de IA estão transformando as relações com clientes. A Meta, por exemplo, investe pesadamente em IA para impulsionar mensagens comerciais no WhatsApp, com gastos de capital projetados entre US$ 64 e US$ 72 bilhões em 2025. A Verizon reporta taxas de início de conversa em campanhas no WhatsApp na casa dos dois dígitos, muito acima da média de anúncios tradicionais. Contudo, o texto alerta para os riscos de intimidade excessiva: erros de chatbots, como o caso da Air Canada, que custou um reembolso por informações erradas, mostram que a confiança do consumidor é frágil. O Mosca, com seu tom pragmático, reconhece que esses tropeços são inevitáveis, mas não ofuscam o impacto revolucionário da IA na comunicação empresarial.

Olhando para o futuro, a Coatue projeta que o mercado acionário pode terminar 2025 com ganhos de 10% ou mais, impulsionado pela IA e pela resiliência das Sete Magníficas. Cembalest reforça que os hyperscalers, como Microsoft, Amazon e Google, estão gastando US$ 596 bilhões em 2025 em infraestrutura de IA, um aumento de 35% em relação a 2024. Embora os retornos ainda não acompanhem esse ritmo, sinais como o processamento de 100 trilhões de tokens pela Microsoft no primeiro trimestre sugerem uma adoção corporativa robusta.




Em conclusão, o mercado está em um ponto de virada. As Sete Magníficas, apesar das perdas, permanecem como pilares da inovação, com a IA no centro de sua estratégia. Os desafios, como alucinações e altos investimentos, são reais, mas o potencial de transformação é inegável. O Mosca enxerga um futuro onde a IA não apenas recupera o terreno perdido, mas redefine o que significa investir em tecnologia. Para os que têm a “carteirinha” do mercado, o momento é de vigilância, mas também de ousadia. A revolução da IA está apenas começando.

 

Análise Técnica

No post “velocidade-no-botão-buy”, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: “A bolsa recuou um pouco mais, e espero que não caia muito além dos atuais 133,4 mil pontos” ... “Mas ainda há esperança”.



Pelo tom da minha postagem, o leitor percebeu que eu estava preocupado, até mesmo acreditando que, mais uma vez, a bolsa brasileira poderia falhar. No entanto, a partir do dia seguinte, iniciou-se um movimento de alta que mantém válida a contagem que estou adotando. O objetivo da onda 3 azul está na faixa de 140,5 mil a 142,4 mil pontos – há também um objetivo de menor grau em 139,3 mil. Em seguida, virá uma onda 4 azul “chata” – toda onda 4 é chata! Estou avaliando se saio antes, pois ela pode trazer uma queda entre 3% e 5%. Fiquem atentos a partir de agora.




O S&P500 fechou a 5.892, com alta de 0,10%; o USDBRL a R$ 5,6317, com alta de 0,42%; o EURUSD a € 1,1167, com queda de 0,15; e o ouro a U$ 3.180, com queda de 2,04%.

Fique ligado!

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