Velocidade no botão BUY #IBOVESPA #OURO #GOLD
O Sul em Ascensão: A Nova Ordem Global
O mundo está em xeque. A guerra comercial deflagrada por
Trump sacode as estruturas do comércio global, e o Mosca, enxerga um divisor de
águas: o Sul Global emerge como protagonista. Enquanto o Norte, historicamente
rico e militarmente dominante, detém o poder, o Sul, mais populoso e rico em
recursos, ganha relevância. Um estudo do Deutsche Bank, detalhado em sua Global
South Scorecard, mapeia esse potencial: o Sul abriga 63% da população em idade
ativa, 40% dos recursos energéticos e de metais de transição, e 33% do PIB
global ajustado por paridade de poder de compra. Contudo, representa apenas 11%
da capitalização de mercado, um hiato que sinaliza oportunidades.
India, Indonésia, Brasil e Arábia Saudita lideram o ranking,
beneficiados por escala e recursos. Em um mundo fragmentado, tamanho importa:
nações maiores resistem melhor à desglobalização. A análise do Deutsche Bank
alerta para os impactos de um choque comercial. Com os EUA recuando, a China
será pivotal — seja absorvendo exportações do Sul ou realocando produção. A
Europa, por sua vez, avança, negociando acordos com América Latina, ASEAN e
Índia, posicionando-se como parceira estratégica.
A Queda do Dólar
Muito se tem discutido sobre a recente desvalorização do
dólar, e os motivos são diversos. Nesta semana, o dólar taiwanês registrou uma
valorização expressiva, impulsionada pela venda maciça de ativos em dólar por
seguradoras de Taiwan. Com cerca de US$ 600 bilhões investidos em títulos
americanos, essas empresas, enfrentando perdas devido à queda do dólar,
venderam parte desses ativos e reduziram hedges cambiais, fortalecendo o TWD
frente ao USD. Esse movimento, que elevou o TWD em 6,5% em dois dias, reflete a
vulnerabilidade de portfólios não protegidos contra flutuações cambiais e
intensificou a pressão sobre o dólar globalmente.
O índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de
moedas (57,6% euro, 13,6% iene, 11,9% libra, 9,1% dólar canadense, 4,2% coroa
sueca e 3,6% franco suíço), é um termômetro tradicional, mas pode ser limitado
por sua concentração em moedas de países desenvolvidos. Alternativamente, o
Federal Reserve Broad Trade-Weighted Dollar Index oferece uma visão mais ampla,
ponderando o dólar contra moedas de 26 parceiros comerciais dos EUA, ajustadas
pelo volume de comércio bilateral. Esse índice captura melhor a dinâmica do
dólar em termos de troca global, incluindo economias emergentes, e é mais
sensível a mudanças no comércio internacional, como as tarifas de Trump, que
abalam o DXY e favorecem o Sul Global.
Quando Apertar o Botão de Compra
O Mosca aborda nessa segunda parte o mercado de ações, um
campo de batalha onde fortunas são forjadas ou destruídas exigindo mais do que
instinto. Como o Mosca tem reiterado, comprar uma ação não é um gesto trivial,
mas um compromisso que demanda análise meticulosa. A tecnologia dissolveu as
barreiras do passado — trocando ordens telefônicas e consultas a jornais por
dados instantâneos na palma da mão —, mas essa acessibilidade trouxe um risco
maior: a impulsividade. Um estudo recente, reportado pelo Wall Street Journal,
expõe uma realidade alarmante: o investidor mediano dedica apenas seis minutos
à pesquisa antes de adquirir uma ação. Nesse intervalo efêmero, a maioria se
limita a gráficos de preços recentes, frequentemente do próprio dia, como se um
instante pudesse revelar o destino de uma empresa.
O Mosca sempre questionou métricas simplistas como o índice
preço/lucro (P/L), amplamente adotado, mas intrinsecamente limitado. Dividir o
preço de uma ação por seus lucros projetados pode indicar o tempo de retorno do
investimento, mas desconsidera o custo de capital — um fator crítico em
mercados como o brasileiro, onde juros altos predominam. Pior, o P/L assume uma
previsibilidade irreal sobre lucros futuros. Se antecipar o próximo ano é
desafiador, projetar uma década beira o absurdo. Ainda assim, o estudo do WSJ
revela que apenas 14% desses seis minutos são gastos com fundamentos como
lucros ou dividendos, e míseros seis segundos — 1% do tempo — com métricas de
risco, como volatilidade. Em contrapartida, 73% dos investidores que consultam
gráficos focam no desempenho de um único dia, hipnotizados pela ilusão do
momento.
Isso não é investimento; é especulação travestida de
estratégia. O Mosca testemunhou inúmeros casos de investidores seduzidos por
“dicas quentes”, movidos pela exposição de uma ação nas manchetes ou por
conselhos casuais. O WSJ confirma: compras guiadas por atenção midiática
raramente entregam retornos excepcionais. Nardin Baker, analista quantitativo,
é incisivo: as ações de melhor desempenho são, em geral, as mais prosaicas,
esquecidas por analistas e jornalistas. Ao perseguir o brilho de tickers em alta,
investidores pagam preços inflados e colhem resultados medíocres. Os números
não mentem: ações compradas por impulso tendem a performar pior que as
vendidas, um padrão que Terrance Odean, professor de finanças em Berkeley,
associa à fixação em tendências passageiras.
No passado, investir exigia esforço. O Mosca recorda um
tempo de obstáculos concretos: cadastros em corretoras, ordens por telefone e
resultados consultados no jornal do dia seguinte. Investir no exterior era uma
saga burocrática. Hoje, aplicativos eliminaram essas fricções, mas a facilidade
alimenta a negligência. A análise de dados de navegação do WSJ — mais de oito
milhões de cliques em 60 mil horas de uso da internet — prova que a web, com
seu acesso irrestrito a informações, é o principal recurso para pesquisa de
ações. Contudo, investidores desperdiçam essa vantagem, priorizando gráficos de
preços em vez de balanços patrimoniais ou avaliações de risco.
O que fazer, então? O Mosca defende uma postura firme contra
a impulsividade. Seis minutos não bastam para mapear o universo de ações, muito
menos para compreender uma empresa. Investir com racionalidade requer examinar
fundamentos — lucros, dividendos, endividamento — e riscos, sobretudo em
carteiras pouco diversificadas. Odean recomenda reduzir a frequência de
negociações e embasar cada decisão em pesquisa rigorosa. O mercado favorece os
disciplinados, não os precipitados.
O Mosca fundamenta sua abordagem em uma combinação de
análise técnica, fundamentos e finanças comportamentais, com destaque para a
teoria das Ondas de Elliott. Essa técnica, desenvolvida por Ralph Nelson
Elliott, postula que os preços das ações seguem padrões repetitivos
impulsionados pela psicologia coletiva dos investidores, refletida em ondas de
impulsos e correções. Identificar essas ondas permite antecipar movimentos de
mercado, mas exige precisão e experiência, pois os padrões não são infalíveis. Complementando
essa análise, o Mosca prioriza fundamentos sólidos e insights sobre o
comportamento do mercado. Contudo, o pilar essencial de sua estratégia é o stop
loss, um mecanismo que limita perdas ao encerrar posições automaticamente
quando o preço atinge um nível predeterminado. Mesmo a análise mais robusta
pode falhar, mas o stop loss protege o patrimônio de quedas devastadoras,
garantindo que erros não se transformem em catástrofes.
Análise Técnica
Já que o assunto hoje é ações, nada melhor do que comentar o
IBOVESPA: o índice que desafiaria até Warren Buffett a, no mínimo, superar o
CDI! No post “Workaholic ainda é o padrão”, fiz os seguintes comentários sobre
o IBOVESPA: “Por enquanto, não há sinais que justifiquem abandonar o trade,
mas a onda III laranja foi menor que o esperado. Isso pode ocorrer, mas sugere
cautela, pois a proporção entre as ondas 1 e 3 iguais pode indicar uma
correção, não um movimento direcional.”
A bolsa recuou um pouco mais e espero que não retroceda
muito além dos atuais 133,4 mil pontos. Parte da minha atenção a esse ativo vem
da origem dos meus leitores, muitos dos quais, como os do Investidor em Valor,
acompanham de perto a bolsa brasileira. Para ser honesto, não sou fã desse
ativo — nada pessoal, mas, como o compromisso é com o bolso, há opções
melhores. Se esse trade não vingar, vocês são testemunhas de que tentei. Caso
sejamos estopados e a bolsa recue significativamente — a ser definido se ocorrer
—, terei que considerar a formação ombro-cabeça-ombro. Mas ainda há esperança.
Estou liquidando a posição de ouro, maiores detalhes amanhã.
O S&P500 fechou a 5.631, com alta de 0,43%; o USDBRL a
R$ 5,7450, com alta de 0,57%; o EURUSD a € 1,1302, com queda de 0,58%; e o ouro
a U$ 3.372, com queda de 1,66%
Fique ligado!
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