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As perguntas sem resposta #SP500

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  Quem será o presidente em 2022 é uma das dúvidas favoritas. Não tenho o menor palpite, ou talvez não queira me deparar com a ideia do Lula nesse posto. Ontem vi uma pesquisa que me deixou chocado, a pergunta era: Você acha que a corrupção no Brasil vai aumentar? Nada mais, nada menos que 67% responderam que sim. Para mim essa resposta diz tudo, o povo brasileiro aceita numa boa que exista corrupção no governo e imagino que fora dele. Essa resposta em ampla maioria implica que qualquer corrupto pode ser Presidente. Eu sei que você, que não é corrupto, pode ficar indignado, mas ou você aceita a população brasileira do jeito que ela é, ou faz as malas — pior, ainda vai ter que esperar um bom tempo para sair do país. Como investidor, minhas perguntas são outras. Um artigo do gestor Mohamed A. El-Erian na Bloomberg coloca de forma concisa as 3 perguntas que gostaríamos de ver respondidas.   O movimento da semana passada nos mercados financeiros dos EUA confronta os investidores com

Até eu! #usdbrl

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  Se alguém lhe oferecesse uma linha de crédito com juro de 0% garantindo que permaneceria nesse nível para sempre, o que você faria? Ah, antes de responder, está garantida também a rolagem ad infinitum. Acredito que o mais conservador dos investidores tomaria esse crédito mesmo que fosse para não fazer nada ou simplesmente gastar. Afinal, a dívida pode ir rolando de geração em geração até virar “papel de parede”, como dizia meu saudoso chefe francês Francoise Savina. Essa frase eu ouvi certa vez quando estava em sua sala, no Banco Francês e Brasileiro em 1980, e estávamos discutindo sobre a posição do banco em títulos públicos, que naquele momento estavam com ágio, pois se tratava de papeis com indexação cambial. Eu queria aumentar a posição do banco pois acreditava numa maxidesvalorização — que acabou ocorrendo. Foi quando no meio da conversa ele disse. “vai tudo virar papel de parede” e me mostrou pendurado em seu escritório um título da dívida francesa, não me recordo de quando

Quando a bolsa está cara? #nasdaq100

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  Se você olhar somente para o nível do índice de uma bolsa, pode chegar a uma conclusão errada. Se o critério for a evolução desse indicador, é logico que ela está mais cara quando o índice subiu nos últimos 12 meses, mas aí pode estar um grande erro cometido pela maioria das pessoas — eu inclusive. Acredito que seja a forma mais intuitiva de análise — afinal, se o Ibovespa estava em 70 mil há um ano e agora a 115 mil, a bolsa ficou mais cara. Mas a pergunta que você deve se fazer é se ela está cara a 115 mil ou não, e não comparar com um nível no passado. Os analistas usam o critério de P/L para essa avaliação. Nessa relação simples, para saber o P basta ligar o terminal, mas para calcular o L é uma questão mais discutível. Muitos usam o Lucro passado nesse cálculo pois é um número concreto que não depende de julgamentos; outros usam as projeções de lucro em função de alguns parâmetros: guidance da empresa, taxa de juros, crescimento de receitas e outros critérios. Naturalment

A Indústria sob pressão #ouro

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  Nos últimos anos, a indústria se organizou para minimizar seus estoques. O desenvolvimento da inteligência artificial permitiu que os pedidos fossem feitos de forma integrada em função da demanda, tempo de produção e outros fatores, de tal forma que o estoque fosse o menor possível. E estava funcionando a contento, não se ouvia falar em falta de estoque de praticamente nada. Com a globalização, as empresas buscavam os melhores lugares para produzir seus produtos ou comprar componentes, maximizando seu lucro potencial. A pandemia bagunçou o coreto, como se diz em linguagem coloquial, instantaneamente tudo parou. No ano passado, a descoordenação deve ter sido gigantesca, países abrindo e fechando de forma não sincronizada, o que afetou de forma importante a cadeia produtiva, que está gerando pressão na inflação. Um relatório produzido pela Goldman Sachs aborda esse assunto. As cadeias de suprimentos dos fabricantes dos EUA estão cada vez mais esticadas, com o atraso nas entrega

Commodities sob a Grande angular #eurusd

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  É interessante observar como ocorre um processo de alteração de um movimento de longo prazo. Quando o preço das commodities iniciaram a recuperação recentemente, depois das elevadas quedas que ocorreram durante a pandemia, a posição inicial foi cautelosa, pois poderia ser apenas um ajuste — não esqueçam quando o preço do petróleo ficou negativo no ano passado. Passado um tempo, os gráficos não apontavam para a alta de poucas commodities; eu diria que a grande maioria estava subindo em uníssono. Naquele momento, a dúvida era se a alta era por conta de um movimento especulativo ou se tratava de outra coisa. Mas claramente não versava de algo localizado. E por fim, notando altas diárias na maioria delas, o próximo pensamento era se o risco inflacionário ficava mais iminente. Um artigo publicado de Joe Wallace no Wall Street Journal faz uma análise de mais longo prazo e vem acompanhado por um gráfico comparativo bem interessante. Os mercados de commodities estão bombando, provoca