O Bom Vendedor #nasdaq100 #NVDA
O presidente americano, com seu talento de vendedor,
orquestra acordos trilionários, como os fechados na recente viagem aos países
árabes, que fazem o Brasil, com suas captações modestas, parecer perdido na
diplomacia econômica. Como observa o Mosca, apesar de tropeços e quatro
falências empresariais, ele conquista crédito e confiança com facilidade. A
Nvidia, beneficiária direta desses acordos, reassumiu o posto de “queridinha”
do mercado, com ações subindo 43% desde abril, impulsionadas pela demanda por
chips de inteligência artificial (IA). Sua posição é privilegiada: ao vender a
infraestrutura essencial para a IA, escapa da concorrência feroz enfrentada por
seus clientes, como as gigantes chinesas que oferecem serviços de IA gratuitamente.
Enquanto isso, o Congresso americano fabrica uma crise fiscal que ameaça o
futuro econômico do país.
Michael Bloomberg, em artigo publicado hoje, critica o
orçamento da Câmara dos EUA, chamando-o de irresponsável. O plano eleva a
dívida pública, já em 100% do PIB, para 125% até 2034, mesmo presumindo pleno
emprego. A tática é enganosa: cortes de impostos e gastos são rotulados como
temporários para burlar regras orçamentárias, mas planeja-se torná-los
permanentes. Esse jogo, descrito como uma fraude contra o contribuinte, custará
US$ 3,3 trilhões em dez anos — ou US$ 5,2 trilhões se as medidas “temporárias”
persistirem. Favores fiscais, como isenções para gorjetas e horas extras, criam
complexidades e brechas, enquanto cortes de US$ 2 trilhões atingem áreas
críticas, como subsídios para energia limpa e o Medicaid, comprometendo o
combate às mudanças climáticas e a saúde de milhões.
No mercado de tecnologia, a Nvidia brilha em uma posição
única. Diferentemente de seus clientes, que lutam para monetizar a IA, a
empresa lucra fornecendo os chips que alimentam essa revolução. Após uma queda
de 37% no início do ano, impulsionada por temores sobre o modelo DeepSeek, a
Nvidia se recuperou, com sua valorização atingindo US$ 3,29 trilhões, superando
a Apple. Gigantes como Microsoft e Meta elevaram os gastos de capital para
2026, projetados em US$ 330 bilhões, enquanto um projeto na Arábia Saudita pode
render US$ 5 bilhões anuais. Com uma expectativa de crescimento de receita de
54% em 2026, a Nvidia está no topo da cadeia alimentar da IA, sem a pressão de
competir diretamente com serviços de software.
Na China, o cenário é oposto. Catherine Thorbecke destaca a
dificuldade de monetizar a IA em um mercado onde consumidores resistem a pagar
por esses serviços. Alibaba, apesar de sua aposta agressiva, viu receitas
abaixo das expectativas, enquanto a Tencent admite estar em “território
inexplorado”. A concorrência local força empresas a oferecer IA gratuitamente,
erodindo margens. Como o Mosca aponta, os clientes da Nvidia enfrentam um
dilema que ela evita: enquanto eles lutam para cobrar por serviços, a Nvidia
fatura vendendo o hardware essencial. Essa vantagem estrutural a coloca
anos-luz à frente de seus compradores.
A habilidade do presidente em vender o futuro contrasta com
a imprudência fiscal do Congresso. Seus acordos internacionais fortalecem
empresas como a Nvidia, mas a explosão da dívida pública pode minar esses
ganhos. A Nvidia, por sua vez, capitaliza a febre da IA sem se envolver na
guerra de preços que aflige seus clientes chineses. O Mosca, com sua visão
precisa, capta essa dualidade: o sucesso comercial americano é inegável, mas a
falta de disciplina fiscal e os desafios de monetização na China mostram que
até as maiores promessas têm fragilidades. Investidores e cidadãos precisam
manter o foco, pois, na política e no mercado, acertar na mosca exige
vigilância.
Stablecoins: A Nova Força na Dívida Americana
O Tether (USDT), maior stablecoin do mundo, já é um dos 20
maiores detentores de títulos do Tesouro americano, com US$ 98,5 bilhões em
reservas em 2025, ante quase zero em 2020. Esse salto, destacado pelo Deutsche
Bank, sinaliza que stablecoins podem superar países na holding de dívida dos
EUA se a tendência persistir. O Tether, atrelado ao dólar, oferece baixo risco
de resgate, sendo um pilar estável para a demanda por treasuries em tempos de
incerteza econômica.
Stablecoins como o Tether funcionam como fundos monetários,
canalizando liquidez para a dívida americana. Com 99% do mercado atrelado ao
dólar e US$ 120 bilhões em reservas, são cruciais para a supremacia do dólar
digital. A legislação GENIUS, prevista para avançar em 2025, visa regulamentar
esse ecossistema, impulsionando sua adoção. Diferentemente de nações, que podem
liquidar ativos por pressões geopolíticas, stablecoins mantêm paridade,
reduzindo saques bruscos.
Análise Técnica
No post “Brasil: "brasil-otimismo-exagerado", fiz os seguintes
comentários sobre a Nasdaq 100: “O índice está ‘batendo na porta’ de dois
níveis importantes: o primeiro, de 20,3 mil pontos, e outro amplamente
acompanhado pelo mercado, a média móvel de 200 dias, destacada no gráfico. Se
conseguirá ultrapassá-los, ainda veremos.”
A bolsa superou esses níveis sem grande resistência e agora
se aproxima do objetivo de 22,2 mil pontos, que, se atingido, superaria a
máxima histórica de 22.175. Tudo indica que a tendência de alta está
consolidada. Por cautela, aguardarei a confirmação acima dessas marcas para
avaliar uma sugestão de trade. Os temores de recessão e o impacto das tarifas
parecem superados. Alguns analistas insistem nas mesmas previsões pessimistas,
mas o mercado conta outra história. Em quem você prefere basear sua decisão de
investimento?
Sobre a Nvidia, observei: “A Nvidia está ‘atrasada’ em
relação à Nasdaq 100, como mostra o gráfico. Por outro lado, a média móvel de
200 dias, em US$ 125,40, sugere que, ao superá-la, o ativo pode testar sua
máxima histórica (ATH).”
A “queridinha” recuperou o atraso nesta semana e avança rumo
ao objetivo de US$ 148,83, próxima da máxima histórica de US$ 153,03. Assim
como na Nasdaq 100, prefiro aguardar a ultrapassagem dessas marcas para
considerar uma posição.
Podemos Confiar nos Dados de Pesquisa?
Apresento a seguir um gráfico da Universidade de Michigan
sobre as expectativas de inflação: à esquerda, a projeção para o curto prazo,
atualmente em 7,3%; à direita, a perspectiva para 5 a 10 anos, que está em
4,6%.
Agora, façam um exercício: imaginem que estamos em 2020 e
observem a inflação esperada para 2025 naquela época. Visualmente, diria que
era de 1,5% ao ano.
A realidade, como
mostram os dados atuais, é bem diferente. Fica evidente que confiar em dados
reais, como os apresentados no gráfico a acima, é muito mais seguro do que
depender de projeções, e a diferença entre esses dois dados nunca foi tão
elevada.
O S&P 500 fechou a 5.958, com alta de 0,70%; o USDBRL a
R$ 5,6625, com queda de 0,32%; o EURUSD a € 1,1630, com queda de 0,18%; e o
ouro a U$ 3.202, com queda de 1,16%.
Fique ligado!
Não é o Executivo Americano que elabora o Orçamento?
ResponderExcluirsim
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