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Não reclamo das coisas caras

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  Um amigo usa uma frase que eu considero certa, a de que você nunca reclama das coisas caras que compra e sim das baratas. Em termos de produtos e serviços, é dessa forma que a grande maioria dos casos acontecem. Quando você compra algum produto que era uma barganha, e agora com a mídia social as fotos enganam muito, em boa parte dos casos se arrepende. Mas, e se esse conceito se refere a ativos do mercado financeiro, será que também é valido? Hoje é essa a situação de todos os mercados. Um artigo da Bloomberg relata sobre esse momento. Os investidores enfrentam dois problemas sérios e ligados: nada é barato, e os títulos públicos não funcionam mais como um diversificador. Para o argumento de que a questão das ações caras é apenas sobre ações de tecnologia e dominantes, há uma série de respostas fáceis. Andrew Lapthorne, chefe de pesquisa quantitativa da Societe Generale SA, ressalta que tanto os fatores de qualidade quanto de crescimento (ações com balanços fortes e rentabilida

A Europa vive na Torcida

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  Não estou me referindo ao futebol, pois nesse campo certamente o da Europa é o melhor do mundo. Os leitores antigos do Mosca sabem que sou apaixonado por futebol. Já faz um tempo que não comento sobre esse esporte, e cá entre nós, o que eu poderia dizer sobre o futebol brasileiro? Um lixo! Já no campo econômico, toda vez que surge alguma possibilidade positiva para que a Europa melhore não dura muito tempo. A realidade do euro impõe diferenças, que não é possível ser bom para todos os países. Há pouco tempo, os países aprovaram emitir um bond com garantia soberana do BCE, para ajudar os países que foram mais afetados com a pandemia. Hoje foi feito uma oferta desse tipo de papel, colocando a venda um volume de € 17,0 bilhões em papéis de 10 e 20 anos, a oferta foi enorme e atingiu € 233,0 bilhões! A confiança dos investidores de que o euro continuará a se fortalecer contra o dólar está diminuindo à medida que a Europa combate o aumento dos casos de Covid-19. As posições espe

Procura-se o dono dos R$ 50 bi

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Os políticos americanos estão buscando um consenso a fim de liberar um pacote antes das eleições americanas. Enquanto isso, as vendas nesse país continuam se recuperando de forma expressiva, conforme se observa no gráfico abaixo. De uma maneira comparativa, a recessão gerada pela Covid-19, trouxe uma recuperação estupenda quando comparada com a de 2009 no quesito vendas ao varejo, que é o grande fator de peso sobre o PIB americano. Isso sim, é uma recuperação em V maiúsculo. Tudo isso foi possível graças o enorme montante que foi disponibilizado pelo governo à população, logo em seguida da eclosão da pandemia, os tão divulgados “US $ 600”. Boa parte da população guardou esses recursos, como se nota no gráfico a seguir. Porém, esse montante está se esgotando, e daqui em diante o tanque está na reserva. Já o mesmo não ocorre na China, onde a recuperação se dá de forma saudável, em grande parte da economia, sem a necessidade de novos estímulos. A recuperação da China, da queda do corona

Quanto eu posso perder?

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  Hoje vou comentar sobre um equívoco que muitos investidores cometem. Essa situação ocorre quando ao se pesquisar ações “baratas” em termos de preço, não de valuation, embora o raciocínio também se estenda a esse grupo. Quantas vezes você não se deparou com um comentário de um amigo, naquele coquetel - quando ainda era possível esses eventos, “comprei a ação X (não das empresas do Eike Batista! Hahaha ...) por R$ 2,00, é muito barato, quanto se pode perder?” A impressão é de que a perda pode ser muito pequena, afinal o que são R$ 2,00? Minha resposta talvez vocês já saibam, mas não custa repetir, você pode perder 100% do seu capital! Mas se isso já aconteceu com você, não tem problema, você não foi o único, veja o que está ocorrendo no mercado americano. Em uma quinta-feira de agosto, mais de 10% de todo o volume de negociação do mercado de ações dos EUA estava em ações da Gevo Inc., uma empresa pouco conhecida de combustíveis renováveis. As ações subiram para US$ 1,82 de 55 c

Nem tudo é ruim

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  As fontes de energia renováveis devem ultrapassar o carvão nesta década como o combustível favorito do mundo para gerar eletricidade, segundo a Agência Internacional de Energia. As energias solares agora são mais baratas do que as usinas queimadas por carvão e gás natural na maioria das nações, concluíram os pesquisadores de Paris em seu relatório anual sobre tendências energéticas globais. Esses custos mais baratos, juntamente com os esforços do governo para reduzir as emissões prejudiciais ao clima, empurrarão cada vez mais o carvão para fora da rede, e oferecerão às renováveis, 80% do mercado para a nova geração de energia até 2030, diz a AIE. As descobertas marcam uma profunda mudança em termos de combustível fóssil no suprimento de energia do mundo em um momento em que os governos de todos os lugares estão procurando maneiras de controlar os gases de efeito estufa culpados pelo aquecimento global. Embora as usinas hidrelétricas continuem a ser a maior fonte de energia renováve

Ah, esses economistas

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  Eu sou engenheiro de formação, profissão essa que exerci no máximo por um ano, equivalente a 2,2% da minha vida profissional - façam suas contas! Hahaha ... Na época da minha formação, o segmento mais demandado era a engenharia de Produção, e foi para lá que eu fui. A vida fez com que eu fosse para aera de finanças e não me arrependo, amo o que faço. Além da matemática, que diga se de passagem, era o que importava nos anos 80, tive uma formação mínima em economia, e esse é um buraco que tentei superar com alguns cursos que fiz nessa área. Até penso que, se fosse hoje, teria pendido para essa formação. Passei minha vida rodeado por economistas, e posso dizer que são em sua maioria uma figura rara. Na essência, a economia mistura ciências exatas com sociais, e esta combinação dá margem a muitas interpretações subjetivas. Não vou dar minha opinião pois tenho um viés de desconhecimento. Mesmo assim, uso uma frase para definir meus companheiros: Os economistas trocam de opinião como e

Jogando com regras novas

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  Acredito que a maior parte dos leitores tem uma crença monetarista, afinal, foi assim que aprendemos na faculdade e como a economia funcionou nestes últimos 40 anos, ou melhor até 2008. Daí em diante, a atuação dos bancos centrais e mais recentemente o uso de políticas keynesianas, podem fazer você tomar decisões erradas se observar as regras antigas. Um artigo publicado pela Bloomberg versa sobre essas mudanças. Uma rara mudança de regime na política econômica está em curso que está eliminando os bancos centrais do papel crucial que desempenharam por décadas. A política fiscal, que saiu de moda como um motor do crescimento econômico durante a década de 1970 inflacionária, tem sido a frente e o centro na luta contra o Covid-19. Os governos têm subsidiado salários, enviado cheques para as famílias e garantido empréstimos para os negócios. Eles têm executado até déficits orçamentários recordes no caminho - uma abordagem que os economistas gradualmente passaram a apoiar, desde a ú