How much? #nasdaq100 #NVDA

 


É muito comum, no cotidiano, perguntarmos o preço das coisas, e a razão é simples: vale o que custa? Se a resposta for positiva, temos como pagar? Aí, podemos incluir a possibilidade de assumir dívidas. O conceito de marca extrapola essa questão. Certa vez, participei de uma apresentação de empresas europeias que vendem produtos caros e de qualidade, como Louis Vuitton, Chanel, entre outras. Fiquei abismado com suas margens de 90%, ou seja, praticamente receita igual a lucro. Entendi, então, a razão da alta expressiva de suas ações e a consolidação que ocorreu nesse segmento. Para esse caso, respondendo às minhas perguntas: o produto não vale o que custa, mas a marca sim, pois o consumidor valoriza mais e pode mostrar aos outros que possui uma bolsa Chanel.

E o governo, aplica o mesmo critério de avaliação para suas ações? Nem preciso responder, pois o objetivo é mais eleitoreiro do que de bem-estar para a população. A expansão monetária executada pelos bancos centrais durante este início de século é incontestável. A primeira onda começou na crise financeira global de 2009, quando quase houve quebras em cadeia de bancos. Esse processo continuou nos anos seguintes até a pandemia da Covid-19, que acelerou esse movimento expansionista. Somente em 2023 começou um processo lento de desaceleração. Tudo isso pode ser visto no gráfico abaixo, onde, de forma combinada, o total de recursos passou de menos de US$ 50 trilhões para atingir um pico superior a US$ 250 trilhões – mais de cinco vezes.

 


Bill Dudley, ex-presidente do Fed de Nova York, calculou que o custo para o Fed excedeu US$ 500 bilhões, conforme relata em artigo da Bloomberg.

A experiência dos Estados Unidos com a flexibilização quantitativa está quase no fim. Esta semana, o Federal Reserve anunciou planos para desacelerar a redução de seu balanço patrimonial, prenunciando o fim de um longo período em que buscou estimular a economia mantendo grandes quantidades de títulos do Tesouro e hipotecários.

Então, funcionou? Sim, mas a um custo excessivo.

Sem dúvida, a flexibilização quantitativa teve benefícios. Quando o início da pandemia abalou os mercados financeiros em março de 2020, as compras de ativos pelo Fed mantiveram o fluxo de fundos e estabilizaram os preços. Nos dois anos seguintes, reduziram as taxas de juros de longo prazo, fornecendo estímulo econômico em um momento em que o banco central determinou que não poderia reduzir ainda mais as taxas de curto prazo.

No entanto, deve-se considerar também os custos do programa de compra de ativos do Fed. Primeiro, ao reduzir as taxas de empréstimos hipotecários, super estimulou o mercado imobiliário. A demanda disparou, elevando os preços das casas e a inflação geral.

 Contribuiu também para a turbulência bancária regional do ano passado. O dinheiro que o Fed pagou pelos títulos apareceu como depósitos, uma enxurrada de dinheiro que os bancos tiveram que gerenciar. Instituições como o Silicon Valley Bank, que investiram imprudentemente esses depósitos voláteis em títulos de longo prazo e taxa fixa, têm a si mesmas para culpar. Ainda assim, o Fed é responsável por criar a enchente em primeiro lugar — algo que não reconheceu em sua avaliação retrospectiva em maio passado.

Terceiro, é caro em termos de dólar. Desde que o Fed elevou as taxas de curto prazo para mais de 5%, suas despesas com juros sobre passivos (incluindo reservas bancárias) superaram em muito sua receita de títulos. O Fed perdeu mais de US$ 100 bilhões no ano passado e as perdas cumulativas podem chegar a US$ 250 bilhões. O custo real é consideravelmente maior: na ausência de flexibilização quantitativa, o Fed teria obtido um lucro considerável, dado que seus passivos teriam sido principalmente moeda sem juros. Na contagem final, a diferença entre o que realmente ganhou e o que poderia ter ganho pode ultrapassar US$ 500 bilhões.

Em retrospectiva, posso identificar três erros que elevaram os custos. Primeiro, o Fed continuou comprando ativos por muito mais tempo do que necessário. Após a introdução eficaz de vacinas contra o coronavírus no final de 2020, os diretores deveriam ter reconhecido que o crescimento iria se recuperar à medida que a economia reabrisse e que as vastas transferências fiscais relacionadas à pandemia do governo federal (mais de US$ 5 trilhões) tornassem desnecessário um estímulo monetário extraordinário adicional.

Segundo, o Fed decidiu continuar comprando ativos até que progressos substanciais fossem feitos em direção aos seus objetivos declarados de emprego e inflação e encerrar as compras lentamente em vez de abruptamente. Assim, ainda estava comprando no primeiro trimestre de 2022, mesmo com o crescimento forte e a inflação alta.

Terceiro, o Fed comprometeu-se a não elevar as taxas de curto prazo até que a economia estivesse em pleno emprego e a inflação alcançasse sua meta de 2% e se esperasse que permanecesse lá por tempo suficiente para compensar falhas anteriores. Isso garantiu que ele respondesse tarde demais a uma economia superaquecida e a uma inflação mais alta, necessitando de uma reação mais radical. Se o banco central tivesse começado a apertar a política monetária mais cedo, o pico das taxas de curto prazo provavelmente teria sido consideravelmente menor, resultando em menos perdas.

A expansão excessiva do balanço do Fed elevou diretamente os custos da flexibilização quantitativa. O último trilhão de dólares em compras de ativos, concluído entre junho de 2021 e março de 2022, poderia acabar custando ao banco central (e ao contribuinte dos EUA) US$ 100 bilhões, por muito pouco benefício.

Os diretores do Fed deveriam avaliar o programa de flexibilização quantitativa como parte da revisão do quadro de política monetária do próximo ano. O objetivo deve ser aprender com os erros passados e desenvolver um guia para o futuro — focando não apenas nos benefícios, mas também nos custos.

Essa visão contabilista das ações que poderiam ter sido evitadas tem uma razão subjetiva, pois Dudley não calcula – e não poderia – quais os outros custos que ocorreriam caso seguissem suas sugestões. Por exemplo, quanto custaria para a economia como um todo se a economia entrasse em recessão? Parece pouco plausível essa ideia observada de hoje, mas, observando o que aconteceu na China durante esse período, pode ser um exemplo. Por que olhar para a China? Porque esse país, diferentemente da grande maioria dos países ocidentais, não teve a mesma atitude monetária, ou seja, não fez injeções maciças de recursos. Basta ver hoje em dia como eles estão tentando a todo custo não deixar que a economia entre em recessão.

Mesmo essa comparação não é muito correta, pois os países estavam em situações muito diferentes; no caso da China, seu setor imobiliário é muito alavancado. A razão da minha citação é que, ex post, tudo fica mais fácil.

A publicação dos dados de emprego deu um certo alívio ao mercado financeiro; todos os indicadores vieram no sentido de acalmar os ânimos e sugerir que o Fed poderá iniciar o tão desejado corte de juros. O total de empregos foi de 175 mil, inferior à média esperada de 240 mil; o aumento de salário ficou em 0.2% no mês, abaixo dos 0.3% esperados – este é o indicador mais importante.

Os mercados comemoraram na abertura com alta nas bolsas e queda nos juros. Como comentei no post eu-abri-minha-gaveta: “No momento, não posso descartar a opção de alta em andamento, mas a mesma se enfraqueceu bastante durante a semana. A principal razão é que posso observar cinco ondas de queda, cujo objetivo preliminar seria entre $ 492 / R$ 491. Apresento a seguir os objetivos dentro dessa nova opção, o que pode originar uma sugestão de venda do dólar.” ...Fiz uma venda de dólar no rompimento do nível de R$ 5,10, com stop loss a R$ 5,12.

No post, “O Loco como solução”, fiz os seguintes comentários sobre a Nasdaq100: “Mas estou propenso a entrar de novo — pode ser ainda hoje, quando os mercados abrirem, e ainda vou decidir se será na Nasdaq 100 ou SP500. Se essa contagem estiver certa, são necessárias três condições:

1. Não cair abaixo de 16,973.

2. Ultrapassar 17,653.

3. E subir em cinco ondas.”



Fiz um pequeno ajuste no item 2 para 17,820, o que deveria ser atingido na abertura da bolsa, considerando os níveis atuais do mercado futuro em 17,926. Por enquanto, as condições 1 e 2 foram satisfeitas, restando a opção 3, que ainda demanda tempo. No gráfico a seguir, aponto a trajetória de curto prazo – linha azul – que deveria seguir a bolsa. O objetivo final é 19,186.



Meus comentários sobre a NVDA foram: “A mínima chegou bem próxima da marca mais ‘salgada’, como eu havia alertado. Assim como os índices, ela pode estar no caminho de novas altas — seria comprador na abertura a $ 840, e o stop loss seria em $ 782.”

 


No caso da NVDA, ainda existe uma congestão ao redor de US$ 950 e US$ 750; essa indecisão pode ser oriunda da publicação de seus resultados, que ocorrerá em 22/05, daqui a duas semanas. É natural esse receio, função das elevadas expectativas embutidas no seu preço. Se tudo ocorrer bem, o objetivo calculado de agora, sujeito a revisões de elevada magnitude, seria entre US$ 1,320 e US$ 1,340. Se você seguiu minha sugestão, administre com cautela essa posição.

 


Quanto mais participo de calls de gestores envolvidos em IA, mais ouço a necessidade de enormes investimentos para entrar nesse jogo. Não é sem razão que os mercados estão recompensando as grandes empresas, que acabam tendo um prêmio sobre as outras. Os resultados das Magníficas Sete – com exceção da Nvidia – já foram publicados. Ontem, a Apple anunciou os seus, que mesmo com a queda nas vendas de iPhone, sofreram alta no after market de 6%.



A ilustração acima dá uma ideia do enorme número de aquisições, 875 no total, feitas por essas empresas. Não é por acaso que a quantidade de empresas listadas vem caindo ano a ano. O que isso significa? Sem muito raciocinar, um certo monopólio, cada um em seu setor, o que em algum momento irá incomodar os congressistas. Podemos nos preparar para o aumento no número de ações nesse sentido.


O SP500 fechou a 5.127, com alta de 1,26%; o USDBRL a R$ 5,0692, com queda de 0,82%; o EURUSD a € 1,0762, com alta de 0,34%; e o ouro a U$ 2.301, sem variação.

Fique ligado!

Comentários

  1. Os congressistas americanos só se importarão quando o monopólio for dominado por estrangeiros, como foi o caso do tiktok. Parece que o momento da queda do mercado está chegando. Talvez, indicadores econômicos começarão a fraquejar com a inflação ainda alta.

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